Durante a última semana, John Textor foi depor na CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas. O acionista da SAF considerou positiva a ida à Brasília para combater a corrupção no futebol brasileiro.
– Foi bom. Estou muito feliz, como eu disse aquele dia, que há uma investigação, uma comissão aberta para isso. manipulação de resultados é um problema global. Há uma espécie de negação situacional. Como todo mundo sabe, existe, mas quando você diz que isso acontece na sua vizinhança, eles não acreditam. Isso acontece com seus jogadores favoritos. Eles não conseguem acreditar. É muito parecido com doping. Ninguém percebeu que era tão difundido quanto é ou foi até Lance Armstrong, o melhor (ciclista) do mundo estava fazendo. Então nós temos essa situação do futebol mundial e em nenhum lugar do mundo que eu esteja sabendo há uma investigação no Senado sobre o assunto. E então, se eu acho que talvez tenha começado pelas razões certas, eu acho que eles estão muito focados nas empresas de apostas como os culpados. Bem, isso está em todos os lugares. É corajoso eles fazerem isso porque não estamos falando sobre pessoas sem poder. Não estamos falando de pessoas boas que estão fazendo isso. Estamos falando sobre crime organizado, grupo de pessoas em diferentes partes do mundo, pessoas muito más. E então para estes senadores se levantarem e dizerem que vão fazer algo sobre isso é bem corajoso. Eu diria isso para todos eles. Então foi bom – explicou Textor, à Botafogo TV.
– Tenho tentado produzir evidências há muito tempo, eu acho essa história cômica de que “ele está fazendo isso sem evidências”. É uma desinformação intencional de pessoas que simplesmente não estão preparadas para assumir o assunto. Apresentamos evidências em um formato editado em dezembro tentando proteger o nome dos acusados. Quer dizer, eu acho, é irônico que seria um gringo fora disso se preocupar mais com o estado de direito neste país e direitos constitucionais dos acusados. Mas acho que todo mundo sério sabe disso. Eu tenho tentado fornecer essas evidências há algum tempo. É assim no Senado, finalmente chegou o meu dia de fazer isso. Eu não tenho motivo como cidadão dos Estados Unidos de me expor às leis daqui. Como o presidente do Senado, não, o presidente da CPI me ameaçando com pena de prisão antes de eu aparecer. Bem, se eu não tivesse provas, quero dizer, porque eu me submeteria a esse risco? Foi ótimo ter a chance de fazer isso em primeiro lugar – acrescentou.
John Textor acredita no poder do Senado para fazer a investigação.
– Eu acho, sabe, estou ansioso pela CPI. O Sr. (Jorge) Kajuru pode dizer o que ele quiser. Estou realmente desapontado por ele ter estado em sessão privada. Ele viu evidência. Sem avaliar significativamente, ele saiu em apoio a essa evidência. Ele fez algumas declarações muito fortes em apoio ao que ele tinha visto e ao que aprendeu, especialmente à manipulação de imagens do VAR. E ele vai ficar sob muita pressão. Obviamente, as últimas 48 horas não foram boas para ele. Então ele mudou de opinião. Ele não vai me expulsar deste país. É uma pena que ele tenha dito isso. Eu não sei onde ele pensa que está nesse mundo, o que sugeriria que ele poderia fazer isso comigo ou que ele poderia me impedir de voltar para o Brasil ou me separar da Família Botafogo. Isso nunca irá acontecer. Ele não tem o poder de fazer isso, nem o povo tem vontade de fazer isso. Eu sou um denunciante. Eu estou fazendo o meu melhor para ajudar este país. Eu fui convidado para ajudar este país. Então eu acho que a retórica precisa apenas se acalmar. As pessoas precisam ver as evidências – destacou.
– A boa notícia é que eles chamaram testemunhas adicionais e há senadores que vão levar isso mais a sério. Talvez eles não são tão sensacionalistas quanto um ex-jornalista como ele é. E vão lidar com isso de maneira sóbria. Eles vão fazer as perguntas certas. Eles vão usar seus poderes de investigação para chegar às repostas certas. Nós iremos produzir evidência, com motivos para perguntas e acho que conseguimos o que queremos. Temos uma investigação completa acontecendo no Senado. Temos uma investigação completa acontecendo com a polícia. Temos o respeito do STJD e o tribunal. Eu vou reparar meu relacionamento com Ednaldo (Rodrigues, presidente da CBF) em algum momento porque ele precisa marcar uma reunião mais cedo ou mais tarde. E ele vai me olhar nos olhos e ver que sou uma pessoa sincera e que não tenho guerra com ele. Ele será nosso líder por um bom tempo, alguns anos provavelmente. E nós temos como trabalhar juntos. Então nós já conseguimos o que queremos. Essa investigação começou. Eu acho que a honra do Botafogo será defendida para benefício de todo o Brasil e chegaremos à verdade sobre isso. Como dizem no meu país, a verdade vos libertará. E eu penso que é aí que vamos chegar no Brasil – completou.