John Textor tem uma relação diferente e especial com o Botafogo, apesar do conturbado ano de 2025. Em entrevista ao “UOL” publicada neste domingo (12/10), ele contou como nasceu a paixão pelo clube, do qual virou acionista em março de 2022.
– Você viu, talvez tenha visto, aquele jogo com o Fortaleza (pelo Campeonato Brasileiro 2022) em que eu finalmente percebi em campo naquela noite por que eu tinha sido trazido para o Brasil, que essas pessoas, não só do Botafogo, mas do Brasil, e essa lei da SAF, e eu, o gringo, percebi que era por isso que eu estava lá para mostrar isso ao mundo. E é por isso que eu estava tão feliz pelo Brasil. Essa foi a primeira coisa que falei quando vencemos o PSG. Não era sobre o Botafogo. Eu disse: “Isso é tão bom para o Brasil, certo?”. Então, acho que fui colocado nesse momento por um motivo e não sabia o quão grande o Botafogo era – relembrou.
– Quer dizer, eu sabia em termos de escala e história, mas não sabia espiritualmente, certo? Eu não sabia que tantos torcedores do Flamengo tinham pais que eram torcedores do Botafogo. Eu não sabia disso, além do Pelé, da história do Santos, sabe, ou do Garrincha e do Botafogo. Tipo, eu não sabia dessas coisas quando Thairo (Arruda) entrou em contato comigo no LinkedIn. Eu só pensei que era um clube grande, era uma grande oportunidade. Mas eu só percebi naquela noite do jogo com o Fortaleza. Foi aí que me dei conta de que estava em algo muito mais especial e que exigia mais do meu esforço e do meu coração. E é por isso que é muito diferente do que tenho na França, Inglaterra ou Bélgica. É simplesmente muito, muito diferente. oi um momento constrangedor de choro em rede nacional, mas pensei que a mulher fosse uma radialista. Eu não sabia que havia uma câmera. Sim, eu estava chorando, tipo sem motivo, mas algo em tudo aquilo realmente me comoveu – explicou.
A vida pessoal e problemas anteriores ajudaram Textor a entender seu papel no Botafogo.
– Minha trajetória no futebol começou em 2005, quando eu estava abrindo uma academia para ajudar jovens sul-americanos que estão aqui nos Estados Unidos sem documentos de imigração, para que pudessem usar o futebol para entrar na universidade. Administrei essa academia como um projeto paralelo de 2005 até 2012. Depois, em 2012, tive um fracasso empresarial. Quer dizer, o que eu não entendia, sabe, tipo, o meu fracasso empresarial em 2012 foi muito constrangedor, mas eu me baseei nesta citação do lendário técnico de basquete, John Wooden. E ele dizia, sabe, “reputação é quem as pessoas pensam que você é e caráter é quem você realmente é” – disse.
– E eu passei por alguns momentos muito humilhantes em 2012, nos quais eu sabia que tinha feito coisas boas. Construí um bom negócio. Fui honesto. Temos essas batalhas no mundo corporativo americano que às vezes você perde. As pessoas só pensam em dinheiro neste contexto. E foi assim que perdi essa batalha em 2012. Foi constrangedor, mas eu sabia que era uma boa pessoa. Eu sabia que tinha feito a coisa certa e que tinha construído um negócio valioso. Isso me deu uma casca grossa, sabe, porque era um negócio de alto perfil. Então, quando dá certo, todo mundo quer ser seu amigo. Quando falha, você está na televisão inteira. Todo mundo fica tão feliz em ver alguém cair, certo? É assim que somos feitos neste mundo. Então, acho que eu era excepcionalmente qualificado sem saber. Acho que Deus me escolheu por um motivo para estar no Botafogo, porque não me importo com o que as pessoas pensam, se não for baseado em fatos – concluiu.