John Textor diz que ida de Thiago Almada do Botafogo para o Lyon foi aprovada pela Uefa e questiona PSG: ‘Modelo de financiamento ilegal’

John Textor, no Lyon
YouTube/Lyon

Contestado por clubes franceses pela ida de Thiago Almada do Botafogo para o Lyon, John Textor esclareceu em entrevista ao “Diario As”, que a negociação foi analisada por órgãos da Europa e aprovada. O empresário americano questionou por que transações do PSG não são alvo de reclamação.

– A União Europeia (Uefa) analisou há algumas semanas um empréstimo que fiz do Thiago Almada com o Botafogo ao nosso clube de França e seguimos as regras que a liga nos deu e, além disso, a DNCG confirmou que havíamos seguido as regras. O que é realmente interessante é que cada um desses clubes reclamou da liberação de um único jogador, cujo caso foi levado à comissão jurídica da liga e eles determinaram que seguíssemos as regras. Mas são esses mesmos clubes, muito próximos de Nasser e do PSG, que protestam. Não apresentaram um único protesto contra os subsídios ilegais que financiam muitos jogadores, mas sim contra o empréstimo de Thiago Almada. Não reclamaram dos tantos jogadores que o PSG é capaz de contratar, que gasta 200 milhões de euros para ter Neymar, Messi e Mbappé, além de uma lista interminável de jogadores de futebol. Nem um único clube que se queixou de Almada protestou contra o que o PSG está a fazer – afirmou Textor.

– Confirmo que vamos apresentar à liga uma petição para que o PSG cumpra a lei da Comissão Europeia e vamos pedir à comissão jurídica da LFP que analise esta questão, tal como os outros clubes fizeram connosco e com o Thiago Almada, e, se não obtivermos uma resposta satisfatória, levaremos o caso à Comissão Europeia – prometeu.

O acionista da SAF do Botafogo explicou que não há irregularidades em negociações envolvendo clubes da Eagle Football.

– Veja, cada um desses clubes de multipropriedade tem investidores minoritários. Não possuímos 100% de nenhum dos nossos clubes. Portanto, quando fazemos transações entre os dois clubes, elas têm que ser justas. Eles têm que respeitar o fato de termos membros minoritários em cada clube que não têm interesses nos outros clubes – iniciou.

– Então, essas transações têm que ser justas entre os clubes. Também têm de ser justas, tal como avaliado pela Fifa, e temos de seguir as regras do futebol. Portanto, ninguém, até o momento, apontou uma única transação que não pudesse ocorrer entre dois clubes com dono comum – esclareceu.

John Textor ainda questiona o Lyon ter sido punido pela DNCG e correr risco de rebaixamento pela situação financeiro. Ele quer o mesmo rigor com o PSG.

– A decisão foi tomada antes de o órgão financeiro, a DNCG, ter revisto as nossas contas financeiras. Fomos sancionados antes mesmo de podermos apresentar denúncias e novos documentos financeiros. É claro que a decisão de nos despromover provisoriamente foi tomada antes da nossa audiência com o órgão financeiro. A decisão não tem fundamento, porque não entendem o modelo de multiclubes. Tínhamos especialistas em nosso modelo, múltiplos investidores que sabiam o que estavam fazendo e que, na minha opinião, (auditores da DNCG) não estavam qualificados para analisar nossas contas. A opinião foi feita antes de analisá-los. Iremos entrar com recurso e tenho certeza que eles concordarão conosco – declarou.

– Quero dizer que há um em particular que está a ser benevolente, a agência está ciente de que existe uma violação da legislação europeia ao permitir que um Estado estrangeiro subsidie ​​uma empresa, o que representa uma distorção da concorrência. E, ano após ano, permitiram que o PSG violasse a lei europeia, construindo o seu clube a partir de 70 milhões de perdas e mais de 800 milhões de receitas utilizando subsídios estrangeiros ilegais. Eles não se importam de onde vem o dinheiro porque permitem perdas de 70 milhões todos os anos. O incrível disso tudo é que as fontes de renda de Lyon são questionadas porque vêm do Brasil ou dos Estados Unidos. O modelo de financiamento do PSG é ilegal, o nosso modelo é perfeitamente legal e nós somos o modelo sancionado. Eles estão autorizados a continuar a violar a lei europeia. Quanto ao tratamento dispensado a outros clubes, há mais de uma dezena de clubes que não conseguem pagar as suas contas de forma responsável devido ao desastre das receitas televisivas e nenhum desses clubes recebeu qualquer ação ou sanção. E protestamos contra o PSG, contra o acordo televisivo, não estamos dispostos a colocar o emblema do turismo do Catar nas nossas camisas… É óbvio que fomos sancionados injustamente – complementou.

Fonte: Redação FogãoNET e Diario As

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