Controlador da SAF do Botafogo, John Textor deu entrevista nesta quarta-feira (8/10) ao podcast britânico “The Added Time” e passou a limpo sua trajetória à frente do Glorioso. O empresário norte-americano foi questionado sobre o momento conturbado do clube e a insatisfação dos torcedores com a temporada, depois de um 2024 mágico, e fez uma reflexão, citando “violentos protestos” após a derrocada no Campeonato Brasileiro de 2023.
– No Brasil estávamos na segunda divisão no ano em que cheguei, eles tinham acabado de conquistar o acesso antes de mim, mas não havia staff, só tinham três jogadores que já haviam jogado na primeira divisão. E tínhamos quatro semanas. Nós o compramos em 11 de março de 2022 e a temporada começou em meados de abril. É incrível que tenhamos sobrevivido ao rebaixamento naquele primeiro ano. Acho que terminamos em 11º ou 12º lugar. 2023, um ano horrível. Deveríamos ter conquistado o título muito rápido, colapsamos no final. Mas no ano seguinte, persisti. Protestos de torcedores, protestos muito, muito violentos por lá… Eu não quero zoar meus amigos na Europa ou na Inglaterra, mas se vocês se acham durões, venham para o Brasil – contou Textor.
– Nosso time lutou muito para superar isso. Vencemos o Brasileirão, vencemos a Libertadores… Levamos um cartão vermelho em 36 segundos e tivemos que jogar 10 contra 11. Foi um ótimo jogo para assistir, caso você queira ver um jogo incrível. E uma grande oportunidade, a Copa do Mundo de Clubes para todo o Brasil… Vencer o PSG, digo, sobreviver ao PSG, é provavelmente uma maneira melhor de falar isso, mas fizemos isso muito bem. E eu não achava que iríamos ganhar a Bola de Ouro, mas ser indicado entre os cinco melhores clubes do mundo na Bola de Ouro algumas semanas atrás foi simplesmente incrível. Acho que fizemos um bom trabalho – completou.
John Textor lembrou que clubes que buscam investidores geralmente estão passando por dificuldades financeiras, como foi o caso do Botafogo e do Lyon.
– Todos os clubes com os quais nos envolvemos estavam em algum nível de insolvência. Quer dizer, não se pode dizer o mesmo do Crystal Palace… Mas a Eagle Football, eu pessoalmente e, depois, a empresa, nos deparamos com situações de extrema dificuldade financeira e falta de visão esportiva. No Lyon, havia 14 bancos franceses que decidiram não renovar seus empréstimos, e todos venceriam em um ano. Se isso não atende ao critério de insolvência, não sei o que atende. Na verdade, houve um aviso emitido pela DNCG ao antigo proprietário no fim de semana em que compramos o clube, informando que eles estavam em péssimo estado. Então, as pessoas não vendem negócios perfeitos. Elas não vendem clubes perfeitos, isso nunca acontece de verdade.
– Então, acho que fizemos um bom trabalho, do rebaixamento para a Liga Europa na França. Talvez o melhor ano em 120 anos no Brasil. Uma campanha histórica na Copa da Inglaterra com o Crystal Palace, para a qual ficamos felizes em ter contribuído. Aquela Copa da Inglaterra, dado o conflito com o Lyon, acabou sendo algo ótimo para a história do clube, mas não para a Eagle Football em termos do nosso relacionamento daqui para frente. Mas estamos orgulhosos da nossa contribuição, e agora temos que pensar no que vem a seguir – disse Textor.