Em entrevista à “RMC Sport” para falar principalmente sobre o Lyon, John Textor colocou o Botafogo como um exemplo para o clube francês. O empresário norte-americano destacou como foi a volta por cima do Glorioso desde que se tornou SAF, em 2022.
– Estou aqui na França há dois anos. Não falei muito sobre o futebol francês, ainda não estou muito envolvido com as autoridades nem em contato com os outros presidentes. Aproveito meu tempo, procuro aprender e observar. Há muitos aspectos e questões políticas, muitas coisas que acontecem nos bastidores fora do campo. Estas não são necessariamente coisas agradáveis. Posso compartilhar algumas ideias para o futuro, mas ainda estou aprendendo. Vou falar sobre ideias gerais que podem ser aplicáveis aqui. A nossa ideia com o Eagle Football é que a comunidade que vive em torno do clube de futebol seja mais importante do que o próprio clube, em espírito, mas também economicamente. Sei que alguns torcedores do Lyon não gostam quando falo do Botafogo. Não falo disso só porque adoro o clube, mas também porque é para mim um exemplo do que poderíamos construir aqui na França – afirmou John Textor.
– Devemos aproveitar esse vínculo entre o clube e sua comunidade, que foi o que fizemos no Botafogo, onde passamos de US$ 20 milhões para US$ 120 milhões de faturamento no espaço de dois anos e meio sem vender o mínimo jogador. Estamos usando um novo modelo de associação. Os ingressos para o estádio são quase gratuitos, você pode se tornar membro da comunidade com uma contribuição. De acordo com isto, você tem acesso a locais para jogos, mas também a locais para shows, por exemplo. Com os ingressos mais baratos, quase gratuitos, com certeza lotaremos o estádio. E é esta imagem que envio ao resto do mundo. Eu tinha um estádio olímpico que estava quase vazio. Mas se quero que o meu produto seja global, quem acreditará que tenho uma equipa competitiva se vir na televisão que o meu estádio está vazio? Um estádio vazio é horrível na TV. Para fazer a marca crescer, para passar de uma marca brasileira para uma marca global, baixamos o preço dos ingressos, encheu o estádio. Mas eu assumo mais as camisas, assumo mais os direitos de TV, os patrocinadores, a publicidade. Nossas receitas aumentaram seis vezes, então talvez eu tente trazer isso de volta ao futebol – acrescentou.
O acionista da SAF do Botafogo colocou os órgãos francês como aspectos que atrapalham o Lyon e reclamou de seu modelo de negócios – uma rede global de clubes – ter que ser aprovada pelos dirigentes locais.