CEO do Botafogo desde março, Jorge Braga concedeu entrevista à “Folha de S. Paulo” para falar da situação do clube. O economista admitiu que os problemas são graves, mas mostrou otimismo para a recuperação do Alvinegro, que luta para voltar da Série B para a Série A do Campeonato Brasileiro.
Com déficit de R$ 139 milhões pelo rebaixamento e queda de 30% nas receitas, o Botafogo teve que fazer corte de gastos, como demissão de quase 90 funcionários, e instauração de processo de concorrência para contratação de produtos e serviços. Além disso, a folha salarial do futebol caiu de R$ 4 milhões para R$ 2,5 milhões.
– A situação do Botafogo é delicada, é um sacrifício brutal, não esqueça que a gente tem uma dívida de um bilhão de reais. É preciso de um choque de cultura – disse Jorge Braga.
– Precisamos, primeiro, conter a sangria no caixa. Em segundo, alinhar receitas e despesas e depois enfrentar as dívidas e captar investidores – acrescentou.
Beneficiado por um dispositivo da lei da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) – na qual o clube ainda não se tornou, mas pretende criar a Botafogo S/A -, o Alvinegro conseguiu na Justiça a centralização de dívidas trabalhistas e destinação de 20% da receita mensal para o pagamento das mesmas, evitando risco de penhoras.
Ainda assim, o resultado financeiro do ano (afetado por perda de quase R$ 70 milhões em direitos de TV) prevê um prejuízo de R$ 60 milhões, número melhor que o de 2020.
– Não faremos promessas, mas sim, entrega. Apesar desse impacto na receita com o rebaixamento, vamos entregar um resultado ainda melhor que o do ano passado – garante Jorge Braga.
O próximo desafio é gerar mais receitas, o que o Botafogo busca com programa de sócio-torcedor, loja, patrocínios e recuperação da credibilidade.
– Estou convencido de que o Botafogo vai conseguir mudar a história – completou o CEO.