Quem foi melhor, o Flamengo de 2019 ou o Botafogo de 2024? Técnico do clube rubro-negro naquele ano, Jorge Jesus considera que sua equipe foi superior, embora ambas tenham ficado marcadas pelas conquistas de Libertadores e Campeonato Brasileiro na mesma temporada.
– Isso nem tem conversa, não é comparação possível. Não é por eu ter sido o treinador do Flamengo, mas estão comparando o Flamengo do meu tempo, que ganhou tudo o que havia para ganhar. O Botafogo não ganhou, o Botafogo ganhou a Libertadores e o Brasileirão. No meu tempo, ganhamos o Estadual, o Brasileirão, a Libertadores, a Supercopa, a Recopa… Sei lá, tudo o que tinha para ganhar. O Botafogo teve méritos, eu acompanhei muito, fiquei feliz pelo Artur Jorge ter realizado esse feito, mas não há comparação possível. A qualidade de jogo que o meu time tinha e a qualidade de jogo que o Botafogo tinha não dá para comparar – argumentou Jorge Jesus, ao site “GE”.
O treinador do Al-Hilal, da Arábia Saudita, considera que abriu o caminho para mais portugueses no Brasil e que mudou a forma de jogar no país.
– Sim, a minha passagem obrigou o futebol brasileiro e o próprio treinador a olhar o jogo de outra maneira. Quando chegamos, o futebol era muito de posição, de pouca pressão. Hoje, não, eles já sabem o que é fazer pressão alta. Esse foi um dos componentes do jogo que fizeram mudar o futebol brasileiro, porque a qualidade que o jogador tem continua, o talento continua todo lá, mas no futebol só o talento não ganha jogos hoje em dia. O talento com a qualidade do trabalho é o que ganha títulos e jogos. Hoje, as grandes equipes do Brasil estão a ir por essa mudança, como na Europa. E, sim, sinto que deixamos um legado para que os outros treinadores portugueses, como Abel Ferreira e Artur Jorge, tivessem a continuidade dessa ideia de jogo. Isso fez com que três treinadores portugueses no espaço de cinco anos ganhassem. Eu me sinto como o Pedro Álvares Cabral do futebol português no Brasil, onde foi confirmado e justificado. O treinador português é o melhor treinador do mundo. Não estou dizendo que são todos iguais. O Messi não são todos Messis e nem Neymar, nem Ronaldinho… Mas dentro do que três, quatro treinadores portugueses, são os melhores do mundo – completou.