Jornal britânico revela dívida de mais de US$ 1,2 bilhão da Eagle Football; John Textor minimiza questão, cita Botafogo e explica números

John Textor em Palmeiras x Botafogo | Copa do Mundo de Clubes 2025
Vítor Silva/Botafogo

O jornal britânico “The Telegraph” publicou nesta quarta-feira (9/7) uma reportagem mostrando que a Eagle Football, holding de John Textor, tem dívidas de mais de US$ 1,2 bilhão (cerca de R$ 6,7 bilhões na cotação atual), citando “documentos confidenciais”.

O relatório apontado pelo jornal foi elaborado antes de Textor vender a participação que tinha no Crystal Palace por cerca de 155 milhões de libras (US$ 210 milhões, ou R$ 1,17 bilhão).

Segundo o “Telegraph”, o balanço patrimonial indica que a Eagle deve US$ 493 milhões somente à Ares Capital, em três parcelas – desse total, US$ 159 milhões estão sujeitos a uma taxa de juros de 19,4%. A dívida do Botafogo, que já veio da época de clube associativo, também está no documento.

A reportagem, por outro lado, atenta para a quantidade de ativos que a Eagle possui em seus clubes, como o Groupama Stadium, do Lyon (que garantiria US$ 346 milhões). Além disso, diz que as dívidas em si não são necessariamente um problema, mas sim as altas taxas de juros, as datas de pagamento e o fluxo de caixa.

John Textor minimiza questão e cita Botafogo

Em entrevista nesta quinta-feira ao podcast TalkSPORT, John Textor foi questionado sobre o teor da reportagem do “Telegraph” e minimizou a questão. O empresário norte-americano disse que os números publicados provavelmente condizem com a realidade, mas afirmou que a situação está sob controle.

– Acabamos de registrar na SEC [Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos] uma oferta pública [IPO, na Bolsa de Valores] que tinha conteúdo confidencial, mas todos têm nossos números. Sobre o valor da dívida? Bem, vocês têm isso entre os clubes. Temos um estádio de US$ 800 milhões na França, então temos US$ 430 milhões em dívida só com isso. Temos dívida operacional no Botafogo. Há dívida em nossos documentos que não nos é reembolsável. Na verdade, é a dívida do clube social, onde pagamos 6% de nossas receitas a eles. Do ponto de vista contábil, essa dívida aparece em nossos livros, mas não nos é reembolsável – explicou Textor.

– Esse número provavelmente está correto, mas e daí? Temos clubes que são imensamente valiosos. Temos um fluxo de caixa operacional significativo no Brasil. Passamos de US$ 20 milhões em receitas para US$ 200 milhões em três anos. Teremos US$ 115 milhões de fluxo de caixa operacional no Brasil. Saímos de uma situação de falência, com três jogadores no elenco e nenhum funcionário, há três anos, para sermos campeões do Brasil e da América do Sul. E tivemos uma boa vitória na Copa do Mundo de Clubes – continuou.

– Se não estivéssemos orgulhosos da nossa situação financeira e se não estivéssemos sólidos, a UBS [banco suíço] não teria decidido ser o nosso principal financiador no IPO. Não teríamos uma classificação de crédito BBB+ no nosso clube na França. Joga-se números como se fossem grandes números, sem realmente pensar nos ativos. Esse valor da dívida provavelmente também inclui a dívida com jogadores [parcelamento de contratações], e o valor do nosso elenco aumentou enormemente e excede em muito a nossa dívida com jogadores. Parecem grandes números, mas os clubes também são grandes – completou Textor.

Fonte: Redação FogãoNET, The Telegraph e TalkSPORT

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