O jornal “El País”, do Uruguai, publicou uma extensa resportagem na última terça-feira sobre a aposta do Botafogo em jovens jogadores do país. Depois de Diego Abreu (19 anos) e Diego Hernández (23), o Glorioso contratou no fim da janela o lateral-direito Mateo Ponte (20) e o atacante Valentín Adamo (21).
– O Botafogo aposta muito nos jovens, não só nos uruguaios, porque há jogadores de outras nacionalidades. É uma equipe que está em crescimento, que aposta no futuro. Estamos indo bem, mas acredito que é uma aposta a longo prazo. Estão contratando muitos jovens talentos – explicou o meia Diego Hernández, único que já estreou pelos profissionais.
O jornal uruguaio consultou cinco uruguaios que atuaram no Botafogo para analisar esse cenário: Loco Abreu – o maior jogador do país na história do clube e pai de Diego Abreu – Nicolás Lodeiro, o atacante Álvaro Navarro e os ex-goleiros Juan Castillo e Fernando Álvez.
– A SAF mudou a dinâmica do clube: tem um desenvolvimento institucional totalmente diferente, não se compara com a minha época em 2010 – afirmou Loco Abreu, falando do filho, que está no sub-20 do Botafogo:
Ele tem tudo para potencializar seu jogo, melhorar e crescer. Temos um sentimento pessoal e familiar pelo clube.
Aos 45 anos, o ex-goleiro Juan Castillo atuou pelo Botafogo em 2008 e também destacou a mudança que aconteceu com a SAF.
– Nós sofremos, tinha muitos atrasos. Hoje em dia o Botafogo tem uma cabeça mais empresarial, inversa, que pratica também com os mais jovens. Eles chegam para terem suas formações concluídas e aí jogarem num nível altíssimo. Tomara que esses meninos deixem uma boa imagem para que as portas fiquem abertas – disse Castillo.
– Hoje a visão do Botafogo é a médio e longo prazo, não é a visão a curto prazo, que nos caracteriza aqui no futebol uruguaio. Se entram e são titulares, terão uma visibilidade muito grande. E aí podem ir para qualquer clube da Europa – completou o ex-goleiro.
Navarro, destaque na campanha do acesso na Série B de 2015, destacou a identificação do Botafogo com os uruguaios.
– Esse êxodo dos jogadores uruguaios para o futebol brasileiro acontece porque quem está indo está sempre rendendo. O torcedor brasileiro gosta muito dos uruguaios, da garra, de como brigam por cada bola. Como eu fui, subimos e saí artilheiro, teve o Loco Abreu, que é um ídolo, Castillo, Lodeiro, passa por isso… A torcida do Botafogo confia muito e gosta muito dos uruguaios – afirmou.
