Jornalista especializado em finanças do esporte, Rodrigo Capelo criticou a falta de detalhes no balaço da SAF do Botafogo, divulgado no dia 11 de maio. O documento apontou um prejuízo de R$ 248 milhões em 2022, mas não trouxe as notas explicativas que poderiam explicar os motivos que levaram ao déficit.
“Transparência não é só publicar o balanço, obviamente. Se não houver nele o mínimo de informação para que torcida e mercado entendam a situação, pouco adianta. Nisto o Botafogo também falha. A SAF produziu seu primeiro documento com uma única nota explicativa. Não há detalhamento para as receitas, nem para as despesas. Por que a empresa deu R$ 248 milhões de prejuízo em seu primeiro ano de operação? Quem abre o balanço não consegue responder por falta de transparência dos dados“, escreveu Rodrigo Capelo em sua coluna no jornal “O Globo” nesta segunda-feira.
O jornalista ressaltou a importância de haver a devida fiscalização nas contas para que problemas do passado não se repitam.
“O risco é repetir erros do passado, ao não fiscalizar. Empolgar-se com a liderança do Campeonato Brasileiro e a sequência de vitórias é justo e merecido — sobretudo no caso do Botafogo, que sofreu tanto nas mãos dos amadores nas últimas décadas. Mas deve haver atenção à administração. Sem transparência, não se sabe o estado atual das finanças. Sem saber delas, fica difícil reagir no tempo adequado. Agir só depois que houver uma crise financeira foi o que arruinou o Botafogo associativo“, completou Capelo.
No texto, o jornalista ressaltou que houve retrocesso sobre a transparência nos clubes das Séries A, B e C do Brasileiro e citou também um caso em relação ao Flamengo, que não tem disponibilizado os números do banco digital fruto de parceria com o Banco de Brasília (BRB).
