Jornalista Aline Bordalo relata ‘sentimentos múltiplos’ em vitória sobre o Fortaleza: ‘Ser Botafogo é ser maior que o fim’

Aline Bordalo em Botafogo x Fortaleza | Campeonato Brasileiro 2022
Arquivo pessoal

Era apenas um “jogo normal”, no início de um Brasileirão de pontos corridos, mas o Botafogo é capaz de estimular “sentimentos múltiplos” em qualquer torcedor que acompanha um jogo do “Novo Glorioso” no Estádio Nilton Santos. Na noite deste domingo (15/5), na vitória sobre o Fortaleza por 3 a 1, não foi diferente. Ou é “diferente e ninguém entende”? Vamos tentar descobrir um pouco.

Em texto enviado à redação do FogãoNET, a jornalista Aline Bordalo, do canal “Botafogo Nela”, conta um pouco do que viveu ao lado de 23.616 torcedores na casa alvinegra, que pulsou firme e levou o Botafogo ao G-4 da competição nacional.

Leia o texto abaixo:

“Acordei hoje, segunda-feira, ainda impactada com os momentos vividos ontem. Não, não ganhamos nenhum título. Não, não era um jogo decisivo. E é justamente isso! Não é só um jogo, só futebol. É o Botafogo!!!

Não sei dizer há quanto tempo não sentia o que estou sentindo agora. São sentimentos múltiplos – felicidade, esperança, orgulho. É uma vontade de viver tudo isso intensamente. Tenho pena de quem não é Botafogo, porque quem é sabe exatamente do que estou falando! E basta nos aproximarmos de um irmão de camisa para a química rolar, pra nos abraçarmos como se fôssemos amigos de infância.

Cheguei ao estádio sozinha e fui embora com mais de um milhão de amigos. Em diversos momentos as lágrimas rolaram no meu rosto. Que festa linda, que torcida fantástica! Parece que só agora o mundo está conhecendo a gente, entendendo nossa paixão.

Na verdade, sempre foi assim. Estava tudo guardadinho no nosso coração, pronto para vir à tona. E precisou ser um estrangeiro, que nem fala nosso idioma, para entender a grandeza do Botafogo e falar a linguagem do botafoguense. Uma linguagem que não exige palavras, que se revela no lacrimejar dos olhos, no tremular das mãos ao hastear nossa bandeira, no abraço coletivo e cheio de energia.

No fim do jogo, a festa continuou nas rampas e na garagem do Niltão. Naquele momento, um torcedor se aproximou de mim e disse: “Imagina quando formos campeões? Essa cidade vai parar!!”.

Estamos prontos para parar a cidade, o estado, o país, o mundo! Porque ser Botafogo é ser maior que o fim.

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