O anúncio de John Textor de que o Botafogo passará a usar um “time B” no Campeonato Carioca a partir do ano que vem, poucos minutos após a eliminação para o Fluminense com uma atuação desastrosa da arbitragem, foi vista como oportunista pelo jornalista Carlos Eduardo Mansur, no programa “Redação SporTV”. Para ele, a decisão do investidor seria levada mais à sério se não viesse no calor do jogo.
– Se esse tuíte dele vem em qualquer outro momento, eu receberia como uma boa notícia: olha, chegou um novo dono, constatou o anacronismo que existe nos Estaduais, o tempo que ele existe no calendário, vamos discutir esse torneio, ou vamos jogar com um time alternativo. Quando é colocado no calor desse tipo de controvérsia que marcou o fim do jogo, aí me dá um ar de “mais do mesmo”, de “já vi isso antes”: “Não gostei do desfecho, não gostei da arbitragem contra mim, então não brinco mais disso aqui” – afirmou Mansur.
– Esse tipo de comportamento de dirigente pós-decisão contrária da arbitragem termina por desqualificar o produto, e é estranho ver um dono americano jogando contra um produto do qual o clube dele participa. É algo oposto ao que a gente espera ver da forma como eles enxergam a promoção dos eventos. Tomara que esses donos que vem de outra cultura proponham de fato mudanças construtivas ao futebol brasileiro – completou.
Outro comentarista na mesa, Diogo Mourão sugeriu que haja um “distanciamento” maior entre as atitudes de John Textor e a paixão do torcedor.
– Eu acho que é muito jogar para a torcida. Os dirigentes fazem isso, os jogadores em campo querem provar que são mais machos do que o adversário. Agora o Textor vai e “olha, a torcida gosta disso”. Não é a primeira vez, ele já deu outras declarações. Tinha que haver um distanciamento – opinou Mourão.
