O jornalista Aydano André Motta foi mais um a discordar totalmente da decisão do técnico Enderson Moreira do comando do Botafogo. Para ele, as justificativas apontadas por John Textor, novo investidor do clube, de que quer um novo estilo de jogo para o clube, focado em posse de bola no setor ofensivo, não são suficientes.
– Até agora não encontrei uma explicação que me convencesse para a demissão. Mas, talvez, não tenha explicação, é só ridículo, mais nada! Estilo não é explicação. O que é estilo? Estilo de roupa? Se ele usasse gravata ele ficava? Se ele ficasse quietinho sentado no banco e não na beira do campo incentivando os jogadores também ficaria? Estilo de jogo? – perguntou Aydano durante o “Redação SporTV”, sendo interrompido pelo apresentador Marcelo Barreto para explicar que se tratava de um novo modelo de atuar.
– Como faz se você não tem material humano para isso? A aferição do trabalho do Enderson foi a Série B, e ele só pode ser elogiado. É um trabalho que o Enderson tem que colocar no alto do currículo dele. Essa demissão parece com a demissão dele no Fortaleza, que o time ficou meses sem tomar gol e o presidente disse a ele que precisava trocar, com uma explicação sem sentido, assim como agora a explicação do Botafogo também não faz sentido – continuou Aydano.
O jornalista mostrou-se também cético quanto à chegada das SAFs ao futebol brasileiro. O Botafogo com John Textor e o Cruzeiro, com Ronaldo Fenômeno, até aqui são os dois casos mais famosos do novo modelo de clube-empresa implementado.
– Comparo a SAF com o advento dos pontos corridos no Brasil. Sou crítico até hoje desse formato. Muito cronista esportivo que eu admiro imaginou na época que o profissionalismo iria chegar ao Brasil com a adoção dos pontos corridos, e não chegou. Por exemplo, os técnicos continuam sendo demitidos de três em três meses, os gramados são horríveis, a violência nos estádios continua… Assim como não acho que as mazelas do futebol brasileiro desparecerão com uma canetada que criou a SAF – opinou.