Em artigo publicado no portal “Sport Insider“, Rodrigo Capelo, jornalista especializado em finanças do esporte, listou as dificuldades que John Textor terá para “separar” Botafogo e RWDM Brussels do Lyon no grupo Eagle.
Depois da tentativa do grupo Ares Management, que financiou a compra do Lyon por Textor, de passar a ter o controle do Botafogo, o empresário norte-americano abriu uma empresa nas Ilhas Cayman – a Eagle Football Group – para gerenciar os clubes brasileiro e belga.
Porém, de acordo com Capelo, utilizando informações públicas e documentadas da Eagle Football Holdings, há alguns “nós para desembaraçar” para conseguir separar os clubes, devido a compensações financeiras e à falta de transparência em alguns negócios. A saber:
– A Ares Management emprestou dinheiro para Textor comprar o Lyon, com taxas de 19% e 12% e vencimento em dezembro de 2028. Porém, além dos empréstimos, o fundo possui o direito de comprar ações ordinárias da Eagle Football Holdings. Segundo a “Bloomberg”, Textor deve cerca de US$ 500 milhões para a Ares.
– O balanço do Lyon mostrou que três jogadores tiveram seus direitos econômicos transferidos do Botafogo para o Lyon por € 91,7 milhões. Os nomes não foram citados, mas são Luiz Henrique, Igor Jesus e Thiago Almada. Nesse caso, quando eles fossem vendidos, o dinheiro deveria passar pela contabilidade do Lyon, mas também precisaria ser redirecionado ao Botafogo. Essa situação tem sido contestada na França.
– O Botafogo vendeu a empresa chamada OL Ltda para o Lyon e depois a recomprou em junho de 2024. O clube alvinegro fez operações de crédito com o Lyon, tornando-se credor do time francês por determinado período. Ainda há valores a serem pagos.
– John Textor e Lyon criaram outra empresa no Brasil, a OL Bresil Ltda, em junho de 2024. Ambos emprestaram para ela R$ 257 milhões, com taxa de juros de 6% ao ano e vencimento em julho de 2024 e julho de 2025. Nos balanços do Lyon, não explicações claras sobre a natureza das operações.