Como está a situação nos bastidores do Botafogo envolvendo a disputa societária entre John Textor e os acionistas da Eagle Football pela SAF? No podcast “GE Botafogo” desta segunda-feira (20/10), o jornalista Sergio Santana trouxe um panorama de momento e previu os meses de dezembro e janeiro agitados no clube por conta da redução na folha salarial que precisará ser feita em meio às incertezas orçamentárias para a temporada 2026.
– O Botafogo trabalha com essa meta de R$ 350 milhões para o primeiro semestre de 2026. Não dá para cravar se vai fazer isso e aquilo porque ainda não garantiu classificação para a Libertadores, é tudo muito no campo especulativo, mas um fato é que o clube internamente já trabalha com essa redução de 30% da folha salarial. A folha salarial do Botafogo hoje é uma das maiores do país, mais de R$ 20 milhões mensais. Ainda não tem uma certeza de quanto vai ser o investimento no ano que vem, então internamente eles não querem contratar mais jogadores, aumentar a folha, sem saber quanto que eles vão ter em caixa – explicou Sergio.
– Muito vai depender da briga judicial do John Textor com a Eagle e com a Ares. Enquanto isso não se resolve, o clube tenta se organizar internamente da forma que dá. O que se desenha é que essa briga judicial não se resolva no curto prazo, nenhum dos dois lados soltou a corda ainda, e aí a tendência é que essa redução de 30% seja concretizada e ano que vem mudanças de elenco vão acontecer. Dezembro e janeiro vão ser bem agitados no Botafogo porque tem muitos jogadores que recebem salários altos, e ou vão passar por redução ou talvez até rescisão. Até lá, se acontecer de Textor e Eagle se entenderem, aí sim pode ser que o investimento externo volte, que o Botafogo se estabilize nesse curto prazo e tenha um investimento normal, talvez para a folha se equilibrar. Mas, hoje, o cenário é de que não tenha esse investimento externo, então o Botafogo tem que diminuir a folha – completou.
De acordo com o repórter, a Eagle/Ares não descartam investir no Botafogo, mas para isso exigem acesso aos relatórios financeiros do clube.
– A Eagle e a Ares têm o dinheiro, só que elas não vão passar o dinheiro para o Botafogo até elas terem a segurança das contas do Botafogo. Elas querem ver os relatórios financeiros, relatórios esportivos, tudo que o Botafogo fez desde que virou SAF. Só que o Textor ainda não abriu o clube, não permitiu que os diretores pudessem ver tudo o que aconteceu. Enquanto nenhuma das duas partes conseguir soltar a corda, seja o Textor conseguir esse OK do Marinakis ou de outro investidor, ou seja a Eagle conseguir esse OK do Textor para ver as contas, o Botafogo vai ficar nesse limbo de não receber dinheiro nem dessa parte e nem da outra parte – contou.
Por fim, Sergio Santana revelou que John Textor apresentou documentos ao magnata grego Evangelos Marinakis, mas ainda não obteve retorno:
– Textor até agora não apresentou nenhum documento oficial de que ele consegue fazer um investimento para recomprar as ações do Botafogo da Eagle. Ele tem conversas com o Marinakis. Recentemente, há pelo menos duas semanas, apresentou documentos, relatórios financeiros e esportivos do Botafogo, só que até agora não recebeu esse OK do Marinakis para fazer essa carta de intenção para recomprar as ações do Botafogo da Eagle.
