Juca Kfouri ficou triste. Comentarista do “UOL, ele não curtiu a venda de Igor Jesus para o Nottingham Forest, que será concretizada após o Super Mundial de Clube. O jornalista lamentou a decisão do Botafogo.
– Nessa questão do Botafogo, o meu pitaco é entristecido porque eu fico muito chateado em ver o Igor Jesus indo embora. Aí eu vejo as cifras. O Igor Jesus está indo embora por alguma coisa perto de R$ 130 milhões. O Botafogo está fazendo uma negociação com o Arthur Cabral que chega na casa dos R$ 95 milhões. Quer dizer, estamos falando de uma diferença de R$ 30 milhões. Será que vale a pena? Esse entreposto que me chateia. Eu continuo olhando para as SAFs com o romantismo, o idealismo de que devem vir para fazerem dos clubes aos quais elas se associam campeões antes de mais nada. E depois, eventualmente, fechar o ano no azul. E não estou percebendo que este seja o raciocínio. Alguém poderá dizer, como não? O Botafogo foi campeão do Brasileiro e da Libertadores ano passado. É verdade. No ano retrasado não foi. Este ano será? Com esse tipo de trocas que está fazendo, os dois (Luiz Henrique e Thiago Almada) que saíram não foram bem substituídos. E onde está o Luiz Henrique hoje? A gente nem ouve falar mais do Luiz Henrique. Houve um momento que era o Luiz Henrique mais 10 na seleção. Por que o Luiz Henrique foi para o exílio na Rússia? Foi para fugir do inquérito das bets? Talvez tenha sido – declarou Juca Kfouri.
O comentarista se chateia também por o futebol brasileiro estar desvalorizado.
– O Igor recuperou-se completamente. Já nessa temporada, tem sido um jogador fundamental para o Botafogo. O Igor Jesus tem 24 anos. O Joaquín Correa tem 30. O Arthur Cabral tem 27. O Luka Jovic tem 27. São jogadores já mais andados. Está bem, com carreiras respeitáveis no Milan, no Benfica, na Inter de Milão. Ok, são. Mas o Igor vale mais do que eles no momento. E é o Igor que está indo embora. Isso que me chateia. Essa incapacidade que o futebol brasileiro demonstra à exaustão, de não ser capaz de manter seus jogadores – opinou.
– Ouvindo o Ancelotti falar do Estêvão, me deu uma tristeza. Porque ele, em dois treinos, já percebeu que temos aqui alguém muito diferente, que os europeus vão desfrutar. Claro, a gente vai ver na televisão. Mas o Estevão foi embora. Anos atrás, o Vinicius Junior. foi embora. Essa exportação de pé-de-obra eu não vou me conformar nunca. Nunca. E não aceito o argumento da disparidade entre as moedas, eu acho que o que existe é uma disparidade de gestão. Se nós tivéssemos clubes com gestão tão moderna como a gente vê na Europa, porque nós temos uma economia mais forte que a Itália, nós temos uma economia mais forte que a Espanha… E a gente perde jogadores assim. Eles vêm aqui e levam. Eu não vou me conformar nunca. Pode ser que alguém diga “é porque você vive num universo paralelo”. Pode ser. Mas eu vou insistir nessa tecla sempre. Poderíamos ter a NBA do futebol. E não temos. Porque temos cartolas incompetentes – concluiu.