O juiz Bruno Manzini, da 4ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, determinou em caráter liminar que o Botafogo e a SAF depositem todos os valores obtidos com a exploração do Estádio Nilton Santos em até 48h após cada evento para pagar uma dívida com o ex-atacante Reinaldo, hoje técnico do Maricá, que tenta “furar” a fila do RCE. A informação é do “Blog do Lauro Jardim”, do jornal “O Globo”, neste sábado (20/9).
A decisão foi feita após o advogado de Reinaldo, Theotonio Chermont de Britto, apontar “indícios de desvio de finalidade e fraude à execução”, quando a Companhia Botafogo, empresa que detinha os bens e dívidas do clube associativo e a concessão do Nilton Santos, a transferiu para a SAF do Glorioso. A dívida com o ex-jogador passa de R$ 3 milhões, mas parte dela já foi paga.
O juiz deu razão à defesa de Reinaldo, que tenta há mais de uma década obter os valores junto à Companhia Botafogo. Em sua decisão, Bruno Manzini diz que “há clara unidade econômica e identidade operacional, revelando desvio de finalidade, abuso da personalidade jurídica e, sobretudo, fraude à execução”.
O Botafogo, por sua vez, afirma que Reinaldo está na fila do Regime Centralizado de Execuções (RCE) e que sua vez chegará em breve. Segundo o blog, o clube diz que “é importante que o rito judicial seja respeitado, com todos os credores aguardando sua posição, sem movimentações que não respeitem a ordem estabelecida”.
A liminar vale até o dia 21 de outubro, quando foi marcada uma nova audiência. Se o Botafogo descumprir a decisão, terá de pagar multa diária de R$ 100 mil, até o limite de R$ 1 milhão e pode até mesmo ter o Estádio Nilton Santos interditado, em caso de reincidência.
