Júnior Santos está de volta. Recuperado de fratura na tíbia e de dores que o tiraram de jogos recentes, o Raio fez um belo gol na vitória por 3 a 0 do Botafogo sobre o Vasco, nesta terça-feira, no Estádio Nilton Santos, pelo Campeonato Brasileiro. Ele celebrou mais uma volta por cima na carreira.
– A gente conversou também no começo do ano. Você fez uma pergunta sobre o Botafogo, né? Eu falei que a gente não ia fugir das nossas responsabilidades, daquilo que a torcida esperava e daquilo que a gente iria buscar. Eu acho que o que me faz ter esperança novamente é todas as situações que eu já vivi, todos os calos que a vida já deixou em mim. Esse foi um dos motivos que me faz acreditar de novo, me esforçar, acreditar que o amanhã vai ser melhor, que eu sofri um pouco, mas que o amanhã vai ser melhor. Essa é a essência do Botafogo. Eu me identifico também com o Botafogo, com a torcida, com tudo que o Botafogo passou até aqui. Os momentos de queda, os momentos de futebol se levantar, se reerguer, acho que se encaixa também na minha vida. Então, assim, o Botafogo, eu, todos os companheiros, a gente está, a cada dia a mais, dando uma volta para cima, com os pés no chão, com muita humildade, com muito trabalho, como foi minha vida. E eu quero, no final do ano, festejar grandes coisas com essa camisa – destacou Júnior Santos, na zona mista.
O atacante revelou que estava sofrendo por não conseguir jogar, embora evitasse deixar transparecer. Ele teve dificuldades no período de recuperação de lesão.
– Primeiramente, agradecer a Deus, meus companheiros do departamento médico do clube, os fisioterapeutas que fizeram um grande trabalho. Não é fácil ficar fora, sofri bastante, senti muita dor, me esforcei muito para conseguir voltar o mais rápido possível. O Botafogo me deu todo o suporte, então foi um momento muito difícil na minha vida. Poder estar vivendo tudo o que eu vivi com o Botafogo e ficar fora não foi fácil, mas eu me esforcei bastante, me dediquei para dar a volta para cima, para poder estar de novo em campo, conseguir voltar contra o Grêmio, fazer uma participação no gol anulado. Tomei uma pancada no jogo, acabei sentindo de novo o local da cirurgia. Também seria normal, como os médicos me passaram, que isso poderia acontecer, porque é uma readaptação, coloquei um ferro no meu pé. Depois disso foi um processo muito doloroso, teve dias que eu fui para o treino muito triste, muito abatido. Eu parava em frente ao espelho e dizia que tinha que chegar no treino com um sorriso no rosto, porque meus companheiros estão em grande fase e eu não quero passar esse sentimento de tristeza, de frustração para eles – explicou.
– Então, eu chegava no treino às vezes sorrindo, mas por dentro estava triste, estava chorando. Minha família me deu apoio, todo o suporte. E eu estou muito feliz de voltar, de conseguir fazer um gol, conseguir ajudar a minha equipe, festejar com meus companheiros que vivem um grande momento. Eu estou muito feliz com isso tudo, com o momento que o Botafogo está vivendo. Também é gratificante voltar e poder marcar novamente com a camisa do Botafogo – adicionou.
Para fechar a noite, Júnior Santos teve a chuteira engraxada por John Textor, acionista da SAF do Botafogo.
– Cara, o John Textor é um cara incrível. Ele chega e bota todo mundo para cima, sempre com sorrisão. Eu não pensava que ele era desse jeito, tão extrovertido. Um cara que traz uma energia muito positiva. Ele vai lá no hotel, fala com todo mundo, brinca, joga a gente para cima. Eu faço o gol, saio, ele faz uma reverência para mim, eu também retribuo e ajoelho para engraxar minha chuteira. Fiquei sem graça. Mas é um cara muito humilde. As coisas têm acontecido. Hoje ele é o dono do Botafogo, e as coisas têm acontecido também com o Botafogo, com ele, porque é um cara que transmite uma paz incrível, uma energia incrível. Tenho certeza que a mão de Deus é sobre ele. É um cara muito especial. Quero agradecer também pela força nesses dias. Teve um jogo contra o Criciúma, ele me deu muito apoio, muita força estava lá comigo.
É um cara especial também, merece todo apoio – elogiou Júnior Santos.
Artilheiro da Libertadores, o Jacaré foi perguntado se pensa em ampliar sua marca na decisão.
– Claro, penso em ampliar, mas primeiro eu quero focar nos jogos que estão a seguir, nos tratamentos, nos treinos, para que eu possa manter um alto nível. Quando chegar perto do jogo, eu penso em ampliar, eu penso em coisas positivas, que a gente possa sair para a vitória. Então a gente vai batalhar, trabalhar com humildade para que a gente possa representar a torcida, representar o clube nessa final – completou.