Júnior Santos foi o cara do Botafogo no confronto contra o Aurora, pela segunda fase preliminar da Libertadores. Os cinco gols foram decisivos para o Glorioso avançar na Copa e, após a vitória por 6 a 0 nesta quarta-feira (28), no Nilton Santos, o camisa 11 celebrou o momento e emocionou-se ao lembrar de sua trajetória profissional.
– Cheguei aqui e disse que para quem esperava algo de mim que iria ver a resposta dentro de campo. Eu desacreditei de mim por muito tempo, até uma certa idade achava que nunca seria jogador profissional. Uma vez na base me falavam que eu tinha potencial, já estava praticamente com 23 anos. Comecei a acreditar, trabalhar e percebi que a chave do sucesso é o trabalho e a confiança – afirmou Júnior Santos.
– Sou o tipo de pessoa que não liga para o que falam de mim, que não vou conseguir, que não é possível, que eu não vou fazer. vou errar, vou tentar, vou fazer novamente. Fui para São Paulo e ouvi alguém dizer que estava muito tarde pro futebol. Só que acreditei e cheguei até aqui. Quando a gente acredita, trabalha, dá o seu melhor, uma hora as coisas vão acontecer na sua profissão. A trajetória nunca vai ser fácil, passamos por dificuldade, mas tem que ter fé em deus e o trabalho passa por qualquer dificuldade – completou.
Com os quatro gols no Nilton Santos, o Júnior Santos já colocou seu nome na história do Botafogo na Libertadores. Como marcou na partida de ida, em Cochabamba, o camisa 11 igualou os cinco gols na Copa de Jairzinho, Dirceu e Rodrigo Pimpão, artilheiros históricos do clube na competição. Ele também se emocionou ao falar do pai.
– Me emociono muito falar do meu pai, porque o meu pai acreditou mais em mim do que eu mesmo. O meu pai, desde a minha infância, quando eu conheci a jogar futebol, ele sempre foi um apoiador. Não tinha condições, ele estava de tudo para eu estar jogando, aos 16 anos. Eu não queria mais saber de futebol, eu ia achar que não era verdade nada. E meu pai sempre acreditava em mim, eu fui uma criança muito rebelde, eu fui um menino muito rebelde, não como o meu pai, que teve muita cara na vida – disse, continuando:
– E a partir do momento que eu botei minha cabeça no lugar e comecei a ouvir o meu pai, eu tive a oportunidade de ir para São Paulo, passei uma certa dificuldade e quis voltar. Eu lembro que o meu pai disse que se eu voltasse, que ele não ia falar mais comigo, que eu estava em São Paulo, que era no interior, que entrar em São Paulo era um menino. O meu pai nunca tinha ido em São Paulo, nunca tinha saído da Bahia. O meu pai, ele foi um guerreiro, acreditava em mim.
Na próxima fase, o Botafogo enfrentará o Red Bull Bragantino, que superou o Águilas Doradas, da Colômbia, nos pênaltis após dois empates sem gols. Antes do primeiro jogo, o Glorioso tem clássico pelo Campeonato Carioca no domingo, quando enfrenta o Fluminense na última rodada da Taça Guanabara e, além da vitória, depende de um tropeço no Vasco para avançar às semifinais.