Júnior Santos é atrevido. O atacante não atendeu pedido de Marlon Freitas na final da Libertadores, vencida por 3 a 1 pelo Botafogo sobre o Atlético-MG, no último sábado, em Buenos Aires, e entrou para a história ao fazer o último gol do jogo.
– Cara, eu comecei a sentir o cara mais abençoado do mundo né? Eu estava com muita fé ali que eu ia conseguir fazer o gol. Eu já tinha tentado. Aí Marlon falou “não, segura a bola”. Falei, “caraca, tem que segurar a bola”. Mas aí, quando eu olhei pro relógio, já estava acabando o jogo, eu falei “que nada, eu vou partir para dentro”. Sabe como eu sou né? E aí eu fui mano, fui pra cima dos caras e deu bom. Eu me senti muito abençoado ali naquele momento. Só agradecer a Deus por me proporcionar viver aquilo, vai ficar marcado na minha vida aquele jogo. A atmosfera que foi tudo, a festa linda que a torcida fez. Foi muito emocionante – descreveu Júnior Santos, à Botafogo TV.
O Raio já sentia que faria gol na decisão.
– É, eu fui perguntado, como eu me imaginaria fazendo o gol na final. Eu fui sincero, fui aberto, fui visto até como um pouco soberbo, né, porque eu falei antes do jogo, mas eu tenho isso de falar, mas sem nenhuma soberba. Eu falei que eu me imaginava, né, não falei que iria acontecer, que eu iria fazer, mas que sim eu me imaginava indo para cima da defesa adversária e fazendo um gol. E foi algo que eu já vinha falando, eu acho que era algo que me fazia eu me dedicar mais à minha recuperação para estar bem fisicamente, porque é difícil. Eu sempre falava com os funcionários internamente do clube “eu vou jogar e vou fazer o gol”. “Vou jogar a semi”, eu planejei pra jogar a semi, mas não foi possível. E aí ficou a final. Falei “mano, eu vou para dentro dos caras e vou fazer o gol”. Então, eu já tenho essa característica, do drible, de ir pra cima da defesa, eu me imaginei ali driblando os caras e deu certo – explicou.
Júnior Santos viveu período difícil com fratura na tíbia em julho, quando vivia grande fase, mas teve paciência para voltar na hora certa.
– No início do ano, não é novidade para ninguém, eu era visto como um dos protagonistas da equipe, vinha fazendo a minha melhor temporada, marcando muitos gols. Me machuco, meus colegas, meus companheiros de equipe começam a jogar, a ir bem, as coisas começam a acontecer. Vejo que uma coisa determinante foi eu me alegrar com o resultado da equipe em si, do grupo. Acho que não só eu, mas o grupo do Botafogo, o time tem muito isso. De ver o companheiro bem e você se esforçar pra estar aqui para poder ajudar. Então por mais que eu não tenha tido muitos minutos, eu tenho ficado alegre com as vitórias, vibrado, porque meus companheiros estão bem e é isso que se faz um grupo vencedor, a mentalidade do grupo, de todos estarem ali prontos para ajudar – completou.