Presidente da CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, Jorge Kajuru (PSB-GO) rebateu John Textor depois que o dono da SAF do Botafogo pediu seriedade a ele na condução dos trabalhos da comissão, após o depoimento da presidente do Palmeiras, Leila Pereira, no Senado Federal. O senador disse nesta quinta-feira (6/6) que tratou todos de forma igual, sem distinções.
– É um desafio para que alguém diga, se eu como presidente desta CPI, tratei de forma diferente os presidentes, o CEO do Botafogo John Textor e a Leila Pereira do Palmeiras. Tive o mesmo respeito com os dois, fiz as perguntas que tinha que fazer. Portanto, não vou entrar em polêmica sobre o que me quis ofender o senhor John Textor. Na verdade, ele não consegue concordar comigo quando eu digo que, se ele não provar absolutamente nada, tem que ser banido do futebol brasileiro e expulso do país, pela bagunça que está criando – disse Kajuru.
– Ele fez um pedido numa videoconferência que eu parasse de usar a palavra “banimento”. Eu respondi a ele: “O senhor não é meu patrão, eu respeito sua opinião, mas vou continuar com a minha, porque ela não é só minha, mas de muitos membros da CPI“ – completou.
Em sua introdução na sessão desta quinta-feira, que ouve o chefe da arbitragem da CBF, Wilson Luiz Seneme, Kajuru disse lamentar a atitude de John Textor e rebateu também o dono da SAF do Botafogo sobre dizer que o senador estava em busca de “15 minutos de fama”.
– Lamento que ele tenha tido essa atitude. Quanto aos dois minutos de fama que ele falou que eu tive, eu queria dizer a ele que eu não tenho dois minutos de fama, eu tenho 50 anos de fama, de carreira na TV brasileira, só com nove Copas do Mundo transmitidas, 22 (sic) Olimpíadas e mais 16 Taças Libertadores da América. Não preciso de fama de forma alguma, tratarei todos aqui com o mesmo respeito. Agora, querer se fazer de vítima para achar que está todo mundo contra o John Textor, ele vai querer dizer que a CPI também está? Não estamos contra ninguém, só queremos a verdade. E ele trazendo a verdade nós vamos aqui discutir. De tudo que ele trouxe, só teve um lance que nós vamos conversar aqui numa reunião à tarde com o Seneme, que há uma discussão entre os colegas de que o VAR editou o lance. Foi a única coisa que ele trouxe, em função da opinião dos membros que têm melhor visão do que eu, como uma prova, que realmente se dá a impressão que houve uma edição do VAR num jogo do Vasco contra o Palmeiras – afirmou.
Dizendo falar pela primeira vez sobre o assunto, apesar de já ter tratado do tema várias vezes publicamente, Kajuru voltou a reclamar da mudança de postura de John Textor sobre não poder dar agora a publicidade outrora prometida às novas provas apresentadas pelo empresário norte-americano.
– Eu não entendi, numa videoconferência, quando ele e seus dois advogados prometeram, só a mim, novas e gravíssimas provas, eu disse que mostraria a todos, não posso responder sozinho, tenho membros e um relator que o Brasil sabe o respeito que tenho por ele. Ele disse que me daria um presente, que essas novas provas, muitas delas eu poderia dar publicidade a elas, apresentar à imprensa. Aqui deve ter algum jornalista, porque os quatro conversaram comigo e eu prometi que entregaria a eles. Duas semanas depois eis que ele manda para toda a comissão, mas muda aquela promessa, dizendo que não pode revelar à imprensa, que tinha que manter em sigilo. Nossos advogados e muitos senadores viram essas novas provas e nada apareceu de concreto, de forma cabal ou irrefutável – disse o senador goiano.