O acesso antecipado do Botafogo para a Série A do Campeonato Brasileiro foi bastante destacado no programa “Linha de Passe”, da ESPN Brasil, na noite desta segunda-feira. O comentarista Celso Unzelte destacou a reestruturação do clube sob nova gestão e o retorno “em silêncio” à elite, sem alarde.
– Com a chegada do Enderson, o Botafogo principalmente em casa foi muito seguro. É um clube que está se organizando fora de campo, é um precursor do clube-empresa, até porque não tem outro caminho. O Botafogo sobe até meio em silêncio, num ano que se especulava muito sobre o Vasco, em que se falava muito do Cruzeiro. O Botafogo fez um trabalho muito pés no chão com Navarro, Oyama, Chay… Não basta voltar, tem que voltar para ficar e o Botafogo está plantando isso nesse sentido da organização – opinou Unzelte.
– Até mesmo ao cair, a queda foi diferente de outros times, que caem por uma irresponsabilidade absurda por um desempenho específico. Foi um somatório de anos de má gestão, que essa gestão acabou herdando. Essa volta do Botafogo à Série A não é por acaso. É óbvio que a situação financeira ainda é muito complicada, para jogar a Série A vai ter que encontrar alternativas e soluções, tem que manter esses pés no chão. A maneira como o Botafogo sobe, sem sobressaltos, foi muito legal. E é bom ver times com essa marca na elite, você vê na Primeira Divisão e fala: é um jogo grande. É bom para o Campeonato Brasileiro – disse Gian Oddi.
O comentarista Leonardo Bertozzi lembrou de um episódio para lá de polêmico ocorrido ainda de 2013 que contribuiu para aumentar as dificuldades financeiras do clube.
– Até hoje, aquela interdição do Engenhão de 2013, que foi contestada por outros estudos, foi um prejuízo terrível. O Botafogo ficou dois anos sem poder jogar em casa, ficou sem fonte de receita. O clube estava tentando se arrumar, trouxe o Seedorf, brigou pelo título brasileiro em 2013. São coisas que fugiram totalmente do planejamento – recordou.
Já Vitor Birner crê que, pelo que a diretoria tem feito, a manutenção na Série A será possível mesmo com todas as dificuldades orçamentárias.
– Com o orçamento que o Botafogo tem, não vai ser fácil montar um time que garanta o Botafogo na Primeira Divisão, mas é possível e será mais um passo na reestruturação. Me parece que as coisas estão sendo feitas na medida exata – opinou Birner.
