Ídolo do Botafogo e hoje treinador de futebol, Loco Abreu deu sua opinião no “Canal do Gamba“, no YouTube, sobre a perda do título brasileiro em 2023. Para o uruguaio, alguns fatores no comando podem explicar a derrota do Alvinegro, que liderou a maior parte do campeonato e terminou em quinto lugar.
– Ninguém sabe o que aconteceu. O título você pode perder, mas do jeito que a gente perdeu é muito estranho. De fora se pode falar em muita mudança de treinador, acho que pegou essa fama de treinador português, saiu um, tem que entrar outro. Nessa mudança o time começou a pegar aquela queda – disse, em referência à contratação de Bruno Lage.
– A mensagem que tem que dar ao time é ao contrário, tem que ser com raça, “vamos treinar para ser campeão”. Se o treinador transmite dúvida, o jogador começa a duvidar. Acho que foi aí que começou – ponderou.
Loco Abreu deu uma sugestão à SAF do Botafogo para os próximos anos.
– O Botafogo é um clube especial. Fico feliz com a SAF, deu transformação muito necessária, mas não esqueça do coração das pessoas que sabem o que é o Botafogo. Nunca pode a SAF querer transformá-lo em um clube europeu. Tem que ter a coordenação, a planificação europeia, mas o coração, o sentimento e o futebol têm que ser brasileiros, do Botafogo. Identificação, paixão, sentimento. Faz essa conexão fantástica de moderno com história, com paixão, com sentimento, essa mistura está perfeita. Tem que trazer essas pessoas preparadas que tem sentimento com clube. Aí o Botafogo vai conquistar o que todo mundo quer. O fundamental já tem, a SAF. Vamos juntar a outra parte para fazer novamente o Botafogo em alto nível – pediu Loco Abreu, que revelou conversa com John Textor.
– Estive com ele em Miami, trocamos telefone, percebeu que transmiti o sentimento do botafoguense. Gostei muito do que ele falou, trocamos telefone, falou “vamos ver”. Meu telefone está aí. Mando um abraço para ele, agradeço toda a reconstrução que está fazendo no clube. Está trabalhando muito bem – elogiou.
Na mesma entrevista, Loco Abreu ainda falou sobre suas passagens no Brasil e revelou que ficou 11 anos na Justiça para receber dívidas de Grêmio e Figueirense. O Botafogo foi um caso à parte.
– Futebol brasileiro é muito bom, mas dentro dos contratos que eu peguei, só o Bangu e o Athletic que foram certinhos. O resto tudo dívida. Até o Botafogo. Mas no Botafogo não fui na Justiça, o coração ganhou. Aí prevaleceu a conversa com eles, “sabemos que temos dívida com você, vamos acertar” – completou.