Emprestado pelo Botafogo ao Vitória até o fim do ano, Lucas Halter tem contrato com o Glorioso até 2027. E teve passagem importante em 2024, quando foi campeão brasileiro e da Libertadores. Após iniciar como titular, o zagueiro virou reserva e conviveu com críticas da torcida, mas guarda sentimento positivo da temporada.
Em entrevista ao “Charla Podcast” neste sábado (23/8), Lucas Halter abriu o coração.
Leia as principais declarações abaixo:
Chegada ao Botafogo
– Eu tive muitas propostas em 2023 (no fim do ano). Eu tive várias opções, mas o projeto do Botafogo foi também o que me encantou. Eu já conhecia o Alessandro (Brito), que é o diretor lá, desde a base do Athletico-PR, em que ele trabalhou comigo. Ele é fora de série também, o trabalho que ele faz é surreal. Chego em 2024, eles compram, eu sou muito grato ao Botafogo. Cheguei num clube gigante, velho, torcida, tudo, e joguei acho que 40 jogos no ano, fui bem, na reta final não joguei mais. E é normal, né, acontecer alguns erros, de zagueiro. Joguei quase 40 jogos no ano e na reta final o Barboza e o Bastos estavam melhor, é normal, tem que respeitar, é decisão do treinador também.
Saída
– E aí aconteceu algumas coisas em alguns jogos ter falhas individuais, o que é normal, acontece. Claro que a gente tenta minimizar sempre os erros e as falhas, e aí começo desse ano teve a Supercopa também, teve dois lances infelizes, contra o Flamengo. Aí o Vitória já me ligou, o Carpini já tinha me ligado, falava que queria contar comigo aqui, aí ele também me apresentou o projeto e aí eu optei. Eu falei “cara, eu preciso desse empréstimo para jogar, para ter mais minutagem, né?” Porque se eu ficasse no Botafogo, eu sabia que eu ia ser, não o último da fila, mas assim, eu ia ter que estar brigando de novo pelo meu espaço e tudo isso. Aqui eu consegui chegar, já consegui a vaga rápida para jogar, fui bem, consegui me encontrar de novo no futebol.
Relação com a torcida
– Tipo assim, críticas duras, de ameaças, eu nunca sofri. Não posso falar um A da torcida, é normal xingar, é normal cobrar o jogador quando erra, e eu sou um cara muito tranquilo em relação a isso, sabe? Porque eu sei que é o meu trabalho, eu sou uma pessoa pública, se o cara não puder me xingar quando errar um passe, pô, normal. Claro que às vezes excede um pouco do ponto quando transmite ódio, raiva, para o jogador. Mas a cobrança é normal, “por que falhou? Não pode falhar, está jogando no nível alto, não pode falhar”. Isso aí é normal, e eu sou bem tranquilo com isso, porque eu sei que realmente no nível alto você tem que estar preparado para tudo. Então, eu não tenho mágoa nenhuma com torcida, nunca. Tanto é que nunca falei isso abertamente. É a primeira vez que eu estou falando em relação à torcida do Botafogo, eu não tenho mágoa nenhuma, e eu sou muito grato, na verdade, porque eles também me acolheram lá, quando eu cheguei, entendeu?
– Eu cheguei e eles me acolheram bem também, não só a torcida, o elenco, o staff, tudo. Eu também fui muito feliz lá. E eu não guardo mágoa nenhuma, isso aí no futebol acontece. Eu não fui o primeiro a errar e eu não vou ser o último. O Sérgio Ramos erra, todo mundo erra, é normal. Claro que a gente tenta minimizar os erros, mas esse negócio de cobrança e crítica é o que eu levo pelo lado bom, de, pô, se os caras estão criticando, é porque você pode entregar mais, você pode render mais, entendeu? Eu acho que foi justo.
Perda de espaço e profissionalismo
– O Adryelson voltou e começou a jogar com o Barboza. Mas eu também estava bem tranquilo e nunca deixei de trabalhar. Eu fiquei chateado, assim, de quero jogar, que eu joguei muitos jogos desde o começo do ano. Estava jogando todos os jogos de titular, mesmo com o Artur Jorge também. Mas, como eu falei, respeito sempre, o respeito pela decisão da comissão sempre vai ter. Sempre teve. Tanto é que quando o Artur Jorge se despede de nós, ele me deu um abraço e agradeceu, falou “a sua postura para mim me ganhou pelo fato de eu não ter colocado você pra jogar mais e você é um dos caras que mais treinava, mais trabalhava”. Ele falou lá no Catar, depois que a gente foi eliminado no Mundial. E eu falei pra ele, “ô, Mister, isso é o mínimo que eu posso fazer”. O trabalho, né? O mínimo que eu posso fazer é entregar no trabalho. É o mínimo. Você nunca vai me ver chegar puto, de cara fechada, ficar fazendo biquinho porque eu não estou jogando. É respeitar a decisão e saber que uma hora, como a gente falou no começo, respeitar o processo, que uma hora vai chegar.