Um dos líderes do movimento contra o gramado sintético, Lucas Moura afirmou que não vê no horizonte um próximo passo no assunto e disse que o debate sobre o tema acabou sendo distorcido, negando que seja uma briga contra os clubes que usam esse tipo de piso em seus estádios, como Botafogo e Palmeiras.
– A gente conversa sobre o tema ainda, mas agora é difícil pensar em um próximo passo. Lançamos o movimento para vermos a repercussão e o que poderia ser feito por parte de entidades, presidentes. Não foi um movimento pequeno, teve uma repercussão gigantesca. Infelizmente, algumas pessoas desviaram o foco – disse Lucas Moura ao “GE”.
– Levaram como uma briga da gente contra os times que têm sintético, como Palmeiras, Botafogo e outros. Eles não têm culpa. Estão no direito deles, a lei permite, está tudo certo. Puxaram para esse lado que não foi legal. Envolveram o clubismo. Nosso ponto é totalmente técnico. Na nossa visão, e talvez na maioria dos jogadores, das pessoas que entendem um pouco de futebol, sabemos que esse tipo de gramado muda completamente o jogo, é outro estilo de jogo, é outro futebol, outro esporte. Nosso ponto foi justamente esse, mas ficamos um pouco de mãos atadas. Se a Fifa permite, a CBF não sei no que pode interferir nisso – completou.
Lucas não viu gramados naturais ruins na Série A do Campeonato Brasileiro.
– Vi muita gente falando que eu prefiro um gramado natural ruim do que um sintético. Óbvio que tem muitos gramados ruins no Brasil, mas só se for para as Séries B, C, D do Brasileiro… Na minha opinião, na Série A não tem nenhum gramado tão ruim a ponto de justificar ter um gramado sintético. Se tiver um, dois, três no máximo. Mas é mais fácil, na minha opinião, cuidar desses três gramados, deixar minimamente decente para que não precise ter gramado sintético. Acho que temos força para isso, o futebol brasileiro tem força para isso. Mas esperamos os próximos passos, os próximos capítulos.
– É em relação a ajudar o futebol. Ter gramado sintético num futebol tão importante que é o nosso acho que desvaloriza nosso esporte. Nenhuma das principais ligas usa gramado sintético, e acho que a gente tem condições de fazer um gramado natural decente para que o nosso futebol seja valorizado – finalizou.