E o Botafogo B? O projeto do clube de uma equipe sub-23 começou empolgado, teve baques como a Ferj vetar utilização no Campeonato Carioca e a CBF encerrar o Campeonato Brasileiro de Aspirantes, e atualmente é pouco falado. Ex-treinador do time, Lucio Flavio é favorável à continuidade para 2024.
– Ainda existe a categoria, não sei se vai ter continuidade, porque o próprio futebol brasileiro não ajuda nesse sentido, não tem calendário. Perde-se na faixa de 20 a 23 anos jogadores muito promissores, com necessidade de estarem chegando para depois estarem no profissional. (O Botafogo perderia Jeffinho?) Muito provavelmente sim, ele não teria espaço direto na equipe profissional. É um exemplo de sucesso importante para o clube. Já vi e li pessoas dizerem que é perda de tempo, mas o clube conseguiu a maior venda da história assim. Trazendo jogador desconhecido do Resende, dificilmente um jogador do Resende vai jogar diretamente em um Botafogo, Flamengo ou Vasco, ele já tinha estourado idade de base. Começa a vivenciar um clube grande, é diferente. Jogar antes em um clube sem torcida, sem calendário, e vir para clube de Série A é raro. É uma pena porque o futebol brasileiro não te proporciona isso, é um erro de quem está em cima, a confederação, de não abrir espaço para esse tipo de calendário. É por isso que alguns conheceram o Tiquinho ano passado, porque são jogadores aí no mercado, vão novos para a Europa em clubes menores, se destacam e vão para maiores. No Brasil perdemos muitos jogadores dessa forma – lamentou Lucio Flavio, em entrevista ao “Charla Podcast” nesta terça-feira (5/12).
O ex-técnico interino do Botafogo lembrou como foi o início de Jeffinho e citou outros jogadores que surgiram na equipe B.
– A partir do momento que fizemos a construção da equipe, tivemos um ou dois jogos-treinos. Um foi contra o Fluminense, nas Laranjeiras, o Jeffinho arrebentou, foi 3 a 0 para nós. Em razão de ter sido aberto para o público, tinha pessoas de imprensa, o nome dele começou a repercutir. Já tinha conversado para o Jeffinho ir em alguns momentos para o profissional, depois desse jogo-treino nunca mais voltou. Ainda bem. Esse é o papel do clube. Como última etapa da formação, falava para os jogadores que não os queria ali, que os queria na equipe principal, era o objetivo do clube. Teve outros, como o Breno, o JP Galvão, o Newton entrou no último jogo. Fiquei muito feliz, estava conosco desde o começo e vemos potencial nele. Vem de uma equipe da Bahia, com pouca estrutura, aos poucos vai treinando, conhecendo. Janderson também, são cinco ou seis jogadores em período de um ano e meio. Olha o que gerou para o clube em possibilidades e oportunidades – valorizou Lucio Flavio.
– O processo só não é melhor porque o clube não tinha estrutura para manter em um mesmo espaço, no mesmo ambiente, porque isso consegue solidificar, vai interagir, ter a necessidade. Eu estava no time principal, às vezes você está no treino, um ou outro não vai treinar, já quebra. Você pega um do sub-23, já começa a observar. Esse é o processo ideal. Não há certeza se vai continuar, não posso dizer. Não sei se começarão com equipe B ou principal, qual o planejamento. Iam ter reuniões a respeito disso agora, até para saber onde o clube terminaria, se precisaria disputar “Pré-Libertadoes” ou não – completou.