Quando John Textor acertou a compra da SAF do Botafogo, o investidor americano já tinha em mente a pessoa para comandar esse processo dentro das quatro linhas: Luís Castro. Após uma longa negociação, o treinador deixou o Al-Duhail para trabalhar pela primeira vez no Brasil. E o treinador português contou os bastidores de como foram as conversas com o empresário.
– Um dia um amigo meu me ligou e me disse: “John Textor quer falar com você”. Eu falei: “Mas quem é John Textor? (risos)”. “Ele comprou o Botafogo e quer falar contigo.” Eu falei: “Meu inglês não é muito bom”. Passado um dia ele me ligou e ficou quase duas horas no telefone comigo, eu estava em Doha. E explicou todo o projeto, que queria crescer o clube em termos de estrutura, de organização, de academia (formação), procurava alguém que tivesse essas competências, que viesse com muita vontade. Eu respondi que estava muito feliz no Qatar, que pretendia ficar mais dois anos, mas não estava olhando mais para esse lado de construção mais abrangente, mas sim de construir um time, ser campeão e pronto. Passaram-se três dias, voltamos a nos falar, e comecei a sentir que era sério – contou Castro ao “Canal11, de Portugal”.
– Comecei a olhar para o Botafogo como algo pelo qual eu me sentia atraído. É um clube histórico, que pelo qual tinham jogado Garrincha, Jairzinho, jogadores daquela Seleção Brasileira campeã do mundo… Representar um clube desse, poder erguê-lo… Se eu chegar num clube que tem sido campeão com frequência eu seria mais um a ser campeão, e pronto. Ver um clube desse tamanho foi uma boa oportunidade, e foi por aí. Aceitei e escolhi. A massa associativa foi fantástica – completou.
Luís Castro foi perguntado pelos jornalistas portugueses sobre John Textor, que tem também participações em Crystal Palace (ING), FC Florida (EUA) e RWD Molenbeek (BEL) e estaria procurando um clube em Portugal. O novo treinador alvinegro fez elogios ao investidor e revelou a ambição do americano.
– Serei um pouco atrevido de falar por John Textor. É uma pessoa que quer muito estar no mundo do futebol e tem na cabeça dele o que é um modelo de futebol, de dar estabilidade do clube, com boas estruturas, bons planteis. Depois é o que move o futebol, comprar jogadores, vender jogadores, posicionar-se nos melhores clubes. Assim como o Grupo City, ele quer formar um grupo com clubes de grande qualidade. Está dando os primeiros passos e torço por isso, porque, ao contrário do que dizem algumas pessoas, o futebol hoje tem que ser gerido realmente como uma empresa e com muito rigor. Quando se fala em milhões, os clubes não podem ser geridos por pessoas amadoras – afirmou Luís Castro.
