O Botafogo segue 100% no Estádio Nilton Santos no Campeonato Brasileiro e não sofre gols no local há nove jogos. A melhora do rendimento em relação ao ano passado foi atribuída pelo técnico Luís Castro principalmente à melhora do gramado, que ganhou um novo piso sintético.
Na entrevista coletiva após a vitória sobre o Fortaleza neste sábado, Castro fez uma cobrança à CBF para que cuidem dos gramados. Recentemente, muitos pisos deixaram a desejar, como os do Mineirão e do próprio Maracanã.
– Uma das coisas que se debate no futebol brasileiro é o estado dos gramados. O Brasil tem os melhores jogadores do mundo, produz grandes treinadores para o mundo e para o próprio país, o Brasil é futebol e samba, e o Brasil tem que cuidar do que há de mais bonito no Brasil. O gramado do Estádio Nilton Santos era horrível, não dava paz a nenhum jogador. Se o jogador entrava no primeiro lance sem confiança, nunca teria mais paz, porque uma bola vir quicando e outra vir direita, quem jogou futebol sabe que é diferente. Um bom jogador num mal gramado não produz a mesma coisa. Um mau jogador em qualquer gramado vai sempre produzir nada. Portanto, o grande problema que se instalou foram os gramados. Ou se resolve para aumentar a qualidade do futebol, ou então vai sempre haver esse problema. Está nas mãos de quem quer fazer evoluir o futebol brasileiro e vendê-lo para o mundo, porque muitos veem o futebol brasileiro e as críticas que escuto são: “Quem gramado é aquele?”. Todos sabem qual é o problema, mas ninguém resolve – desabafou Castro.
– Para nós, as duas soluções eram um gramado natural bom ou um gramado artificial. Não tivemos hipótese de colocar um gramado natural bom, que é aquilo que eu defendo. É melhor um gramado artificial do que um gramado natural ruim. É melhor para nós e para as outras equipes. Compare se as equipes que vêm jogar aqui não jogam melhor? Os espetáculos são melhores – completou.
Logo após o apito final, os alto-falante do Nilton Santos tocaram a paródia cantada pela torcida sobre o novo gramado sintético: “Caiu no tapetinho, já era”. A música chegou ao técnico Luís Castro, que não conseguiu disfarçar o sorriso:
– Espero que se cumpra muitas vezes. Porque vai chegar a hora que não se vai cumprir, temos que estar todos preparados para esse momento também.