O técnico Luís Castro terá cerca de dez sessões de treino no total até a estreia do Botafogo no Campeonato Brasileiro, domingo, contra o Corinthians. Pouco tempo para implementar uma filosofia. Em entrevista ao “Canal11”, de Portugal, o treinador alvinegro explicou o que vem trabalhando no dia a dia e ressaltou as dificuldades em romper com o modelo de jogo que estava sendo adotado.
– Cada treinador transporta uma forma de jogar. Nossa forma de jogar tem exigido um maior dispêndio de energia, mais quilômetros percorridos, maiores distâncias em alta velocidade… Há um conjunto de adaptações que terão de ser feitas pelos jogadores. Estamos fazendo e queremos que isso seja feito o mais rápido possível. Gostaria de apresentar um time com um bloco mais alto, que fosse pressionar mais na frente, mais sei que, pelos dados que temos, é algo com o qual os jogadores não estavam habituados. Espero que no próximo jogo já possamos apresentar algo colado àquelas que são as nossas ideais de jogo – explicou.
Luís Castro elogiou muito o grupo de jogadores do Botafogo, ao ser perguntado sobre a comissão técnica que trouxe para o clube.
– É fundamental esse espírito da comissão, essa identidade, para implementar nossa ideia de jogo. Vejo um grupo de jogadores muito focado, atento, com muita vontade de absorver rapidamente nossas ideias. Quando encontramos um grupo não tão disponível, encontramos dificuldades e talvez teríamos de ampliar a comissão. Até agora, estou confortável com a comissão. Hoje posso dizer que já pertencemos à família Botafogo – disse.
Impressões da semifinal e elogios a Chay e Erison
Luís Castro também foi perguntado pelos jornalistas portugueses sobre o segundo jogo semifinal do Campeonato Carioca contra o Fluminense, ao qual ele assistiu das tribunas do Maracanã. E fez muitos elogios à postura do time e dos atletas alvinegros:
– O que acontece muitas vezes no futebol é que, mais perto do fim, queremos mais que o jogo acabe do que jogá-lo, e aí acontece o que aconteceu. Eles queriam tanto que acabasse logo o jogo, que acabamos por sofrer o gol no último segundo. Gostei muito da grande atuação, da alma que a equipe tem, uma vontade muito grande de fazer bem, de jogar, com paixão, com coragem. Tiveram muito compromisso, coragem e muito respeito, que são três palavras que uso muito. Gostei muito da forma como se entregaram.
Um dos jornalistas elogiou em particular as atuações de Chay e Erison na vitória sobre o Fluminense por 2 a 1 no Maracanã, e perguntou se Luís Castro tem medo de perdê-los na janela europeia, no meio do ano.
– Não quero perder, quero ganhar (risos). Acho que eles vão ter vontade de continuar (no Botafogo). São dois jogadores com potencial, mas que tem muito caminho para andar. Temos muitas coisas para fazer neles, mas tem muitas coisas interessantes dentro deles. Não vou particularizar detalhes, mas são jogadores muito interessantes e é bom ter o olho em cima deles – observou Luís Castro.