Luís Castro tem uma relação forte com o Botafogo. Apesar de ter chegado este ano, o técnico viveu uma temporada intensa, com vitórias, derrotas, elogios e críticas. Ele valoriza a oportunidade de estar no clube.
– A história do Botafogo e de seus ídolos se mistura, se entrelaça ao longo do caminho. Falar de Didi, Gérson, Jairzinho, Garrincha, Nilton Santos, Amarildo, de ídolos e estrelas que serviram ao Botafogo, temos que ter um cuidado especial. Por mais que queiramos pensar que é natural aparecerem estrelas, não é tanto assim. Há uma simbologia. Esses jogadores são do universo do futebol, não só serviram ao Glorioso em momentos fantásticos. Transportando para o que sinto, é dignificante, honroso, um ato de grande responsabilidade, como vejo minha profissão. Qualquer clube que sirvo é sempre com consciência que estou a serviço de uma história. Me sinto muito honrado em servir um clube da dimensão do Botafogo, muito mesmo – comentou Luís Castro, no “Charla Podcast”.
O treinador português tem ciência que o momento ainda é de reconstrução, mas espera que ela seja acelerada.
– Há momentos da nossa vida em que ganhamos jogos e temos fama por ganharmos jogos, mas o prestígio é conquistado pela história. O Botafogo nunca perdeu o prestígio, por todos aqueles que construíram uma história nesses anos. Esse prestígio continua a ter. É algo que é a grande riqueza do clube, será sempre as pessoas que servem e o que deixam. No Botafogo claramente esse prestígio advém de todas essas pessoas, jogadores, presidentes e torcida. Esse momento de reconstrução é difícil, exige… não vou falar paciência, porque temos consciência de que trabalhamos no futebol e precisamos de resultados imediatos, resultados positivos. Mas toda reconstrução leva seu tempo, queremos que seja o mais rápido possível. Há condições para serem feitas de forma mais rápida – explicou Luís Castro, que almeja ser campeão no clube.
– Os títulos dependem muito daquilo que nós fazemos nesse período do ano, não são conquistados ao longo da época. São conquistados nas contratações, nas condições de infraestrutura. Penso que sempre é possível conquistar títulos, mas depende dos sorteios, dos oponentes, de muitas coisas que não controlamos. Gostaria muito de conquistar nesse meu último ano de contrato com o Botafogo, seria fantástico para mim, para o Botafogo, para a história e para a reconstrução – declarou.
Luís Castro entende bem o sentimento da torcida alvinegra.
– O que torcedor quer eu também quero, ganhar todos os jogos, que as coisas aconteçam já. Treinador também tem emoção. Sei bem qual é meu papel enquanto treinador, deixar as torcidas felizes, aí me sinto mais feliz. Não sinto alegria nenhum quando perco um jogo ou vejo a torcida sair triste. Os dias a seguir de uma derrota são… Os jogos destroem por completo o treinador, mais ainda quando perdemos. Destruímos e construímos, é nossa vida. Mas somos líderes, não posso misturar tristeza ou desalento. Sinto muito a derrota, sou competitivo, só assim conseguimos crescer nas nossa carreiras. Entendo o torcedor, emoções geram sentimentos, se são negativos geram palavras negativas. A única coisa que acho que deve haver é respeito, torcedor não pode ir para casa de saco cheio, tem que esvaziar antes de chegar em casa. Mas com respeito. Eu respeito todas as pessoas, todos os seres humanos, tenho uma missão de ajuda, de permanente olhar a quem está a minha volta. Temos que formar uma boa família, de respeito, não é que não nos critiquemos, mas críticas construtiva, de forma a levar o Glorioso para a frente – salientou.
– Digo à torcida do Botafogo que é um prazer enorme estar a serviço do vosso clube, com prestígio tão grande. Tudo que fazemos é para engrandecer ainda mais. Sabemos que há dias muito difíceis no nosso caminho, nem tudo foi bem resolvido, outros problemas ainda virão, mas é com grande prazer e emoção que trabalhamos no Botafogo. Felicidades à torcida, à administração, ao staff e a vocês em particular – finalizou.