Luís Castro vê lacunas no elenco e diz que Botafogo não vai priorizar qualquer competição: ‘Quero ir atrás de tudo’

Luís Castro em Goiás x Botafogo | Campeonato Brasileiro 2023
Vítor Silva/Botafogo

O Botafogo segue numa maratona intensa de jogos em 2023. Depois da derrota para o Goiás no domingo, o Glorioso encara o Athletico-PR, quarta-feira, em Curitiba, pela Copa do Brasil, e no sábado tem clássico contra o Fluminense pelo Brasileirão. Na semana seguinte, jogo no Peru pela Copa Sul-Americana. Luís Castro, técnico da equipe, no entanto, disse que nenhuma competição será priorizada.

Nós treinadores, quando olhamos para as competições, não olhamos para eles a menosprezar qualquer uma delas, olhamos como uma hipótese de termos sucesso. Olhar para o Brasileirão e dizer “posso tirar esse jogo”… Olhar para a Sul-Americana e dizer “vamos abdicar do primeiro lugar, tentar estabilizar a equipe em segundo, porque não há o perigo”. Há perigo, o terceiro e o quarto colocados têm hipótese de nos buscar. Nós temos hipótese de buscar o primeiro lugar. Portanto, é uma competição que estamos olhando com muito cuidado. Depois chegamos na Copa do Brasil, em que cada jogo é uma final, não podemos olhar com qualquer tipo de facilitismo. Para mim, todas as competições são importantes – afirmou Castro, no programa “Boleiragem”, do SporTV.

O que me interessa é arranjar um equilíbrio que nos leva a ter boa prestação nas três competições. Esse equilíbrio só se consegue com todos os jogadores ao mesmo nível. Tê-los ao mesmo nível é algo extremamente complexo, porque apesar de termos jogadores bons e competentes, eles dão ao jogo características totalmente diferentes. Se eu colocar o Marlon Freitas na posição 6 ou colocar o Tchê Tchê na posição 6, são dois jogadores de grande qualidade, mas dão coisas totalmente diferentes ao jogo. Então, eu quero é ter os jogadores de forma que possam dar o melhor deles. Ao jogar o Tchê Tchê, já sei que tenho que colocar ao lado dele dois jogadores que complementem o Tchê Tchê. Se eu colocar o Marlon, eu devo colocar outros dois jogadores que não aqueles que jogariam com o Tchê Tchê. Tenho que levar sociedades equilibradas a campo. O Paulo (Nunes, comentarista) falou de Marçal e Cuesta, é uma sociedade diferente de Segovia e Marçal, ou de Hugo e Segovia. Cada jogador tem ao seu lado que tem uma ligação perfeita – continuou.

Temos que arranjar um equilíbrio muito grande, para que quando joguem três ou quatro se associem da forma mais perfeita possível. Quero estar nas três competições, não quero deixar a Copa Sul-Americana para trás, a Copa do Brasil para trás, nem quero perder o gás no Brasileirão. Quero ir atrás de tudo. Teoricamente, podem me dizer que quero ir atrás de tudo e vou acabar deixando alguma para trás. Sei que alguma delas vai acabar sofrendo, mas eu não posso dizer qual vai sofrer, a conjuntura é que vai nos dizer. Eu quero caminhar em cima das três – completou Castro.

O técnico do Botafogo também admitiu que há carências no elenco para a sequência pesada da temporada, e fez um desabafo sobre o calendário.

– Sabemos que há algumas posições em que estamos um pouco deficitários, não é novidade para quem analisa. Temos por exemplo na posição o 9 o Matheus Nascimento que foi para a Seleção e que é opção ao Tiquinho. O Janderson é um menino que estava no time B, embora tenha qualidade, não está pronto. Estamos trabalhando o Raí, o JP (Galvão), o (Bernardo) Valim, o Hugo, temos um conjunto de jogadores que são meninos que estamos trabalhando. Em função do Estadual, que compactou de uma forma as competições…. É uma loucura o que estamos fazendo. A Fifa está planejando obrigar os clubes a dar folga aos jogadores um dia por semana, obrigar a jogar de 72h em 72h, o que aqui não acontece… Todo e qualquer elenco para fazer face a toda essa densidade competitiva não é fácil, tem que ser elencos de grande qualidade. Temos nossos defeitos e assumimos, não custa nada assumir isso. Uma coisa eu sei e garanto: todo jogador que entra em campo para servir ao Botafogo vai dar seu máximo – disse Castro, finalizando seu raciocínio:

– A prestação dos meus jogadores em termos de dedicação jamais poderá ser posta em causa. O que pode ser posto em causa é a nossa qualidade de jogo, como ontem (domingo) pode ter sido posta em causa, não tivemos a qualidade esperava, o Goiás ganha pelo segundo tempo que fez. Estivemos aquém e assumimos. Tivemos as lesões também do Danilo (Barbosa), Patrick de Paula, agora o Gabriel Pires, foram baixas que nos colocaram em dificuldade para repor jogadores naquela zona do campo. O que acontece conosco acontece com o Odair no Santos, com o Dorival no São Paulo, o Sampaoli no Flamengo… O campeonato é esse, as competições são essas, não adianta nos lamentarmos. O Estadual foi feito durante um largo tempo obrigando-nos a compactarmos os jogos. Não somos máquinas, somos seres humanos, temos que ser tratados como tal. Vocês sabem que jogando a cada dois dias não há condições de estarmos no nosso melhor nível. Vai haver altos e baixos, mas é para todo mundo. O Brasileiro como esse é raro acontecer, todos os jogos são de dificuldade máxima.

Fonte: Redação FogãoNET e SporTV

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