Técnico do Botafogo, líder do Campeonato Brasileiro, Luís Castro participou do programa “Boleiragem”, do SporTV, na noite desta segunda-feira (15) e deu detalhe sobre o planejamento para a maratona de jogos. O treinador disse que gosta sempre de pensar um pacote de três jogos a cada vez, mas ressaltou a dificuldade de sustentar isso por conta dos desfalques por lesão ou suspensão.
– Normalmente me agarro num pacote de três jogos e lanço esses três jogos na minha cabeça, sabendo que esse planejamento sofre desvios permanentes. Não gosto de olhar um jogo por si só de cada vez, gosto de ter um plano de três jogos, mas já sei que não vai se cumprir esse plano, sei que vai haver suspensões, lesões, jogadores que estarão mais desgastados e menos capazes para o próximo jogo… Mas também sei que se não houver um planejamento, isso é mais penalizador para todos nós. O plano está feito, sei que equipes vou colocar. O que tem acontecido é que sempre há um desvio de dois ou três jogadores – disse Castro, revelando que Matías Segovia seria titular contra o Goiás não fosse a fratura na mão:
– Para o último jogo tínhamos previsto o Matías Segovia, que depois sofreu um acidente na véspera do jogo, e vão acontecendo esses imprevistos. Ouço muito o departamento de fisiologia e os jogadores. Claramente aquilo que mais me preocupa entre cada jogo é a recuperação. Há um dado que mais nos orienta para o próximo jogo, que é a capacidade que cada jogador tem de em cada jogo desenvolver um trabalho. Vocês sabem… Fazer um jogo como tivemos ontem, depois vamos jogar com o Athletico-PR quarta-feira, Fluminense sábado. Portanto, fazer jogos a cada dois dias, temos que escutar o jogador, perceber como dormiu, como se alimentou, são dados muito importantes para o próximo jogo. Isso é decisivo, claramente, mas há um plano.
Luís Castro disse também que o segundo tempo do Botafogo na derrota para o Goiás o decepcionou e citou que o fator mental pesou.
– Surpreende sempre (a derrota), porque sempre esperamos o máximo das nossas equipes. Por muito bem que estejamos ao longo de vários jogos, pensamos sempre que podemos dar mais do que aquilo que acontece em cada um dos jogos. Apesar do primeiro tempo com uma qualidade aceitável, nosso segundo tempo ficou aquém do que devemos e podemos fazer. Sabemos que o campeonato é muito difícil e apertado, especialmente esse ano todos os jogos são muito difíceis, tremendos, em que qualquer equipe que vai ao jogo pensa em ganhá-lo. Não estaria mentindo se dissesse que esperava mais daquilo que foi nosso segundo tempo, fundamentalmente. Deixamos de fazer algumas coisas que planejamos no segundo tempo, procuramos andar mais pelos corredores laterais, não tanto explorar as diagonais nos corredores centrais, em que os espaços estavam mais vazios. O segundo gol logo no começo do segundo tempo mostrou-nos ali alguma incapacidade de perseguir o jogo em termos mentais. Seguimos em frente, já temos jogo na quarta, depois no sábado, não há muito tempo para lamentarmos. Estamos prontos para seguir em frente – afirmou.