O técnico Luís Castro e o lateral-direito Rafael, do Botafogo, foram punidos com um jogo convertido em advertência pela 4ª Comissão Disciplinar do STJD em julgamento nesta quinta-feira (22/6) pelas expulsões no clássico contra o Flamengo, dia 30 de abril, pela 3ª rodada do Campeonato Brasileiro-2023. Assim, ambos estão liberados para trabalharem para os duelos contra o Cuiabá e Palmeiras.
Luís Castro foi denunciado no artigo 258 do CBJD (conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva), que previa pena de um a seis jogos. Já Rafael teve a denúncia no artigo 254-A (agressão) desclassificada para o 258 pela auditora relatora Adriene Hassen – o auditor Felipe Tadeu Moreira Lima do Rego Barros não votou pela conversão em advertência, tendo sido voto vencido.
Na defesa, o advogado do Botafogo, André Alves, usou a imagem das duas expulsões e ainda exibiu o vídeo da não expulsão de Thiago Maia por uma dura entrada em Di Placido, inclusive com o diálogo da árbitra Edina Alves Batista com a cabine do VAR. Os dois expulsos também deram seu depoimento, de forma remota, direto de Cuiabá, onde a equipe alvinegra está concentrada para a partida contra o Cuiabá nesta quinta.
– Eu levo uma falta, me desequilibro, e para não cair no chão ia colocar só meu pé de apoio para proteger a bola, o (Everton) Cebolinha veio para chutar a bola e acabei acertando ele, foi mais ou menos isso. Não houve disputa de bola, eu não imaginei que ele fosse disputar a bola, até porque a árbitra já tinha apitado – afirmou Rafael.

Luís Castro, por sua vez, explicou a discussão que teve com a árbitra Edina Alves Batista, admitiu que se exaltou no gestual, mas que em nenhum momento faltou com respeito nas palavras.
– Eu tinha previsto uma substituição no lugar do Júnior Santos, estava sendo marcado um escanteio e disse ao quarto árbitro que queria segurar a substituição naquele momento, até antes mesmo do escanteio. Ao mesmo tempo estava acontecendo uma substituição do Flamengo. O certo é que nesse momento eu pensava que seria feita a substituição do Flamengo, mas para meu espanto a substituição que iria ser feita é aquela que eu solicitei para ser adiada. No momento do escanteio, não gostamos de mexer na equipe, até porque iria tirar um atleta de maior estatura. Confesso, não reagi da forma como deveria ter reagido, não pelas palavras, que sempre foram cordiais, nunca em termos de ofensas, mas em termos gestuais, dizendo de forma veemente que na minha equipe mandava eu e que as substituições deveriam acontecer quando eu quisesse, não admitia que ninguém mandasse na minha equipe. Vocês sabem como é clássico, eu como ser humano entendo que me excedi em termos gestuais, mas não em palavras. Nada mais do que isso – explicou Castro, prosseguindo:
– Coloquei a mão na boca (depois do primeiro cartão amarelo) porque sei que depois as palavras poderiam ser colocadas fora do contexto. O problema do futebol é que nós nos descontextualizamos. Eu disse que, infelizmente, minha equipe tinha sido prejudicada por tudo que aconteceu e quem era o responsável por isso foi a equipe de arbitragem, porque a equipe ficou sem treinador. Manifestei meu desagrado. Foi um erro do quarto árbitro eu ter sido expulso, porque disse que não queria a substituição naquele momento e a substituição foi feita.
Se fosse punidos, Rafael e Luís Castro não poderiam participar do jogo contra o Palmeiras, no próximo domingo, já que a pena só se aplica no dia seguinte ao julgamento. Ambos estão liberados para o jogo desta quinta, contra o Cuiabá, e também para o compromisso do fim de semana no Allianz Parque.