O Botafogo foi eliminado da Libertadores pela LDU e tem motivos extracampo para ficar preocupado, com disputa judicial pelo poder no clube. É a opinião do comentarista Carlos Eduardo Mansur, no programa “Troca de Passes“, do SporTV.
– O torcedor do Botafogo fica com a tristeza. Eu acho que fica também uma incerteza do que vem pela frente, porque a temporada do Botafogo continua. O Botafogo está nas quartas da Copa do Brasil, e eu acho que é favorito contra o Vasco. Acho que o Botafogo tem mais recursos nesse momento técnico, mais jogadores do que o Vasco. Enfim, é evidente que é um clássico local, pode acontecer de tudo, mas acho que o Botafogo tem um favoritismo. Pode chegar a uma semifinal, pelo menos, de Copa do Brasil. O Campeonato Brasileiro está um pouco mais difícil, porque também por essa questão da temporada se abriu um pouco uma distância em relação aos líderes – afirmou Mansur.
O ponto levantado pelo comentarista é o extracampo prejudicar o time.
– O torcedor do Botafogo olha em termos de perspectiva, o que ano passado parecia a chegada de um novo tempo, de prosperidade, capacidade econômica, embora a gente alertasse, só que quando ganha é difícil falar porque você é o chato, ou você está querendo algo ou é o anti alguma coisa. Mas a gente falava, tem que ver se tem a sustentabilidade do projeto, o Botafogo gerar mais receita, se o tamanho do investimento que é enorme está sustentado em receitas recorrentes, que o clube seja capaz de produzir – salientou.
– E agora a gente sabe que o Botafogo tem uma enorme disputa acionária entre os donos, que o Textor se endividou e há muitas cobranças. Porque ele é credor de fundos que o ajudaram na compra do Lyon. A operação do Botafogo, mais uma vez, mesmo no ano mais vitorioso do clube terminou com um prejuízo operacional de quase R$ 300 milhões. Então, pelo terceiro ano seguido, o déficit operacional do Botafogo é grande. O que acontece nessa disputa acionária? Os acionistas minoritários da Eagle cobram o Texto por um novo rumo nesse tipo de administração. Para que se perca menos dinheiro. Não se sabe ainda como vai ser o processo que o Textor tenta fazer de separar o Botafogo da Eagle, fazê-lo como se fosse parte de uma nova rede de fundos que ele pretende montar, de uma nova empresa que ele pretende criar. Enfim, é uma incerteza grande em relação ao futuro. E o quanto isso vai impactar daqui para o fim do ano, na sequência do trabalho e, eventualmente, até na formação de elenco para 2026, quando o Botafogo virar o ano. Então, acho que além da eliminação que machuca o torcedor alvinegro, você vive, nesse momento, uma incerteza em relação ao futuro de algo que se apresentou, uma promessa de um período longo de conquista. Nada impede o Botafogo de ainda ser o campeão esse ano. Mas, eu acho que, nesse momento, a cabeça do torcedor alvinegro deve estar um pouco um trevo, de o que vem por aí, diante de tantas disputas pelas ações da empresa – encerrou.
