O Botafogo sofreu um duro golpe ao ser derrotado pelo Junior Barranquilla diante de mais de 39 mil torcedores no Estádio Nilton Santos, nesta quarta-feira. Na opinião do comentarista Carlos Eduardo Mansur, não havia motivos para empolgação com o trabalho do interino Fabio Matias, que sofreu seu primeiro revés no comando do time, em sua provável despedida do cargo.
– Acho desconfortável fazer esse comentário, porque tenho medo de parecer pedante. Mas eu era um ponto de discordância quando se falava num processo de transformação, de evolução clara com Fabio Matias, e eu sempre tendia a ser mais cauteloso. Não tenho nada contra o Fabio Matias, é um ótimo profissional, poderia continuar como técnico, mas tendo a não acreditar em transformações tão rápidas – analisou Mansur, durante o “Troca de Passes”, do SporTV.
– O Botafogo enfrentou desde que ele assumiu uma quantidade grande de adversários de exigência muito baixa. E os 180 minutos jogados contra o Bragantino foram mal jogados das duas partes. Isso não é uma crítica ao Fabio, é que não há tempo para uma transformação. Às vezes os resultados gritam tanto que a gente termina por se seduzir por eles e criam-se algumas narrativas que exageram a questão. O nível de exigência dos times do Carioca é muito frágil para ter uma medida exata. Alguns jogos o Botafogo poupou muitos titulares, esses processos precisam de mais tempo – completou.
Mansur afirmou que o Botafogo teve um início de ano “acidentado”, ficando mais de um mês com um técnico interino. O novo treinador, Artur Jorge, chegou ao Rio de Janeiro nesta quarta-feira e só deve estrear contra a LDU, na próxima semana, em Quito. E terá desafios pela frente.
– O Botafogo teve uma questão de um projeto esportivo que foi muito acidentado nesse início de ano. O clube ainda vai estrear um treinador. Dois dos principais jogadores que chegaram se machucaram. O Romero está chegando. O Botafogo tem coisas promissoras, mas vai precisar engrenar o processo, ver como o Artur Jorge pretende montar o time, porque tem um desafio colocado aí…. Quando o Botafogo passa a tentar ser um time que marca mais à frente, que fica mais com a bola no campo do adversário, não conseguiu se adaptar e ser sólido, é um processo que está em andamento. Tem coisas promissoras, mas também interrogações – concluiu.