O novo Botafogo de 2025 segue como uma incógnita. Após um empate em 0 a 0 com o Palmeiras na estreia no Campeonato Brasileiro, em que deixou boa impressão, o time perdeu por 1 a 0 para a Universidad de Chile e teve atuação ruim na Libertadores. O comentarista Carlos Eduardo Mansur analisou a derrota e fez ponderações.
– Famoso jogo ganhável, né? A gente conversava sobre o quanto o Botafogo vive um início de temporada praticamente, as coisas começaram agora, a gente colocava que algumas perguntas estavam no ar. Aqui, eu não sabia se a resposta ou se a situação seria vivida hoje pelo Botafogo, que era um cenário de jogo muito diferente do Palmeiras. Eu acho que isso vai se repetir na Libertadores, porque o Botafogo entra como campeão, muitos times se defendendo mais e obrigando o Botafogo a ter a bola e tentar achar espaço. Nesse cenário de hoje, o Botafogo teve dificuldade, muito mais dificuldade do que a gente imaginava, e mais do que isso. Aí sim, ao contrário do que o jogo com o Palmeiras, que foi um jogo de muita transição do Botafogo. Boa parte das chances que o Botafogo criou em retomada de bola e transição rápida, hoje, conforme o Botafogo foi tendo o controle do jogo e ela foi vindo para trás para esperar o Botafogo, aí apareceu um Botafogo muito diferente em termos de comportamento do que propõe o Renato Paiva em relação ao ano passado. Aí é para a gente ficar atento a isso. Se essa transição vai de fato ser custosa para esse time – argumentou.
– Foi um Botafogo muito mais posicional. O Botafogo teve dificuldade em construir, apesar de ficar com a bola durante muito tempo. O gol é um pouco fora do contexto do jogo. O Botafogo se recompôs muito mal após um cruzamento que sai da esquerda e a bola sai para o goleiro. Alguns comportamentos difíceis de entender. O Jair sai para uma cobertura no Gregore e acaba ficando Barboza com os dois atacantes do centro. Pelo lado esquerdo até poderia fechar o Telles, mas ele tinha ido ao fundo fazer o cruzamento. É difícil dizer que daria tempo de ele fazer essa volta. Mas o Botafogo teve dificuldade de criar – citou.
O outro problema apontado por Mansur parece ser mais grave: a queda na qualidade do setor ofensivo.
– E a outra questão que fica, que a gente colocava, é se nesse elenco o Botafogo vai encontrar jogadores que assumam a condição de serem decisivos, como os que saíram, que eram os jogadores mais decisivos do ano passado. O Santi (Santiago Rodríguez) eu quero ver um pouco mais ele, conforme o Botafogo vai se desenvolvendo coletivamente. Os sinais para mim são muito bons, tecnicamente parece ser um jogador muito refinado, inteligente, de entendimento do jogo. A minha grande questão é se o Botafogo vai recuperar, com esses jogadores, os gols que saíram. Os gols de Luiz Henrique e Júnior Santos principalmente. O Thiago Almada era mais um organizador, mais cerebral, de servir aos companheiros. A grande questão é se o Botafogo vai recuperar os gols, por exemplo. É uma questão para o Artur, por exemplo, que é um jogador que, especialmente quando o Botafogo tem a transição, é muito rápido. O Artur tem uma virtude, que há muito tempo eu acho interessante dele, que é o primeiro toque dele na bola. Quando a bola é lançada longa, ele já domina preparando uma corrida arrancada, colocando na frente, criando uma situação. Aí vem a questão do acabamento, que eu acho que precisa ser um pouco melhor. O Botafogo vai precisar encontrar, nesse elenco, que a janela do Botafogo custou mais de meio bilhão de reais. E não dá para dizer que ela está errada agora porque começou a Libertadores e perdeu. O que eu estou colocando são questões que vão se responder ao longo do ano. Se o Botafogo vai achar nesse elenco os gols que saíram – encerrou.