O Botafogo teve de trocar de treinador após Davide Ancelotti deixar o clube. O italiano viveu uma trajetória de altos e baixos, mas terminou a temporada bem, com sequência invicta no Campeonato Brasileiro. Ele deixou uma boa impressão e tinha a admiração do grupo, segundo contou o lateral-esquerdo Marçal, em entrevista ao “Charla Podcast”.
– Nos últimos 12, 10 jogos, ficou evidente que [o time] estava encaixado. Ele estava tendo muitos problemas com lesões, e mesmo assim as mudanças eram coerentes e as coisas estavam funcionando. Nós gostávamos dele, ele tinha o vestiário na mão – disse Marçal, antes de contar um bastidor interessante:
– Aconteceram algumas coisas durante essa temporada, que talvez outros treinadores teriam sido um pouco mais rígidos, mais explosivos. Estava todo mundo pensando: “Pô, e ele não vai fazer?” Ele chegou numa reunião e falou: “Cara, não é o meu perfil. Se vocês quiserem maluco aqui, batendo na porra do vestiário igual maluco, não é meu perfil. Se vocês querem esse cara aí, pode trazer, eu estou saindo.” Falou para o grupo isso. O grupo sentiu o que ele falou, foi a maneira de ele chutar o balde. O Allan falou: “Cara, o pai dele é igual, é um cara vencedor, é um cara que não se expõe tanto”. Então, acho que ele tem um bom professor.
Davide deixou o Botafogo em comum acordo por não concordar com a intenção da diretoria de demitir seu preparador físico, Luca Guerra. Marçal admitiu que o grupo foi pego de surpresa, mas entendeu os motivos dele e do próprio clube pela troca.
– Foi uma surpresa ele ter saído agora, mas eu entendo os motivos dele e os motivos do clube. O clube parece que tinha um problema com o preparador físico, e eu entendo ele não abrir mão daquilo que é o time dele: eu convidei para vir, ele vai embora e eu vou ficar? Eu entendo, foi homem para caralho, acho que ele sai da mesma maneira que ele veio, com um bom sentimento com o grupo, todo mundo respeitando, com carinho por ele – frisou Marçal.