Marçal destaca importância de Almada no título da Libertadores do Botafogo e lembra ‘aposta’ na final: ‘Ele foi malandro pra caramba’

Marçal destaca importância de Almada no título da Libertadores do Botafogo e lembra ‘aposta’ na final: ‘Ele foi malandro pra caramba’
Vítor Silva/Botafogo

29 segundos do primeiro tempo, Gregore levanta o pé demais e acaba atingindo a cabeça de Fausto Vera. Naquele momento, o torcedor do Botafogo gelou. Artur Jorge manteve-se frio e não fez mudanças, e no fim das contas o Glorioso sagrou-se campeão da Libertadores, diante de mais de 40 mil botafoguenses em Buenos Aires.

Em entrevista ao “Resenha ESPN”, o lateral-esquerdo Marçal – que está de volta ao Botafogo – contou o que se passou na cabeça dos jogadores. Ele pensou que Artur Jorge substituiria Almada, que acabou tendo papel decisivo, iniciando a jogada do primeiro gol marcado por Luiz Henrique.

– Ele mandou o Danilo aquecer, que é o volante reserva do Gregore, e a gente ficou no banco: “E aí, vai tirar quem?” Se tivesse aposta, a minha aposta era o Almada. O Gregore pega mais pela esquerda, ele vai tirar um jogador da ponta, que tem menos força também… O Savarino estava vivendo um momento muito bom. O quarteto todo estava bem, mas no normal o homem não tirava o Savarino. Tinha o Igor, com aquela força tremenda, o Luiz Henrique pode resolver em qualquer momento… Vai tirar um dos dois, ou o Almada ou o Savarino. O meu voto foi Almada, o outro foi o Savarino – contou Marçal.

– E o jogo não fica tão complicado, começa a encaixar. E o Almada, malandro pra caramba, ele nunca fez isso, dando carrinho lá na ponta, ombro a ombro com o Hulk… Eu falei: “Que isso, cara? Aí acho que o sentimento do homem foi o mesmo, ver o que ia acontecer. Deu uns 20 minutos, ele falou para o Danilo sentar. Gol para a gente, e aí a gente pensou: “Agora ele mexe, vai fechar a casinha. Vai botar o Danilo, vai tirar um desses dois. E o homem, do meu ponto de vista, foi muito corajoso, deixou correr. Mas foi desesperador na hora que o Gregore foi expulso – recordou.

Marçal foi questionado sobre quais dos dois o Botafogo sente mais falta hoje: Almada e Luiz Henrique. E destacou mais um episódio especial envolvendo o argentino na campanha do título da Libertadores.

– Se me perguntarem qual dos dois jogadores foi mais importante ano passado, não sei te responder. O Luiz Henrique desequilibra. Quando ele chegou, teve um momento ainda assimilando, como era retornar e tal, mas depois ele dispara ali e ele faz jogos maravilhosos. Mas, no jogo contra o Peñarol, estávamos perdendo o jogo. Ganhamos o primeiro, fizemos um resultado confortável. Mas a gente estava perdendo o segundo jogo e aí o Almada entra. O time teve algumas mudanças, mas não era para sentir tanto no jogo. A gente sabia que ia ser um jogo difícil, mas não faz sentido aquela pressão toda que estávamos tomando, não conseguíamos ficar com a bola. Aí o homem coloca o Almada no segundo tempo. Falo mais uma vez: “Ainda bem que não sou treinador” (risos). Porque você, olhando aquele jogo, não ia botar um moleque franzino, né? Aí, a gente olhando… O Almada vai entrar? A importância do Almada é tão grande quanto a do Luiz, ou do Igor, ou do Savarino. Eles foram fundamentais – disse.

O experiente lateral-esquerdo acredita que o início ruim do Botafogo teve mais causas do que apenas a saída dos dois titulares do setor ofensivo.

– O problema hoje que eu vejo no Botafogo não é Luiz Henrique e Almada. É um pouco de tudo. Saiu muita gente, saiu o treinador… Acho que o Botafogo até poderia ter encontrado um outro mais cedo, no meu ponto de vista. Mas o Artur Jorge tinha aquilo muito controlado. Ele conhecia todos os cantos, desde o pessoal da física e tal. Porque tem aquele cara da fisioterapia, que o médico quer segurar o jogador um pouquinho mais, ele já sabia. O primeiro contato que a gente teve com ele foi muito positivo. Porque ele traz uma energia diferente. A gente estava numa energia embaçada, 2023 acaba mal. Depois, início do ano, com o Tiago Nunes também, as coisas não estavam correndo muito bem. E quando ele chega… A energia foi diferente. “Cara, eu vim aqui para ajudar. Vocês vão me conhecer, a gente vai ganhar coisas.” Para quem vinha de um ano derrotado…. A gente não acreditava de fato que ia ter essa mudança drástica que teve em 2024 – confessou Marçal.

Fonte: Redação FogãoNET e ESPN

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