Lembra da confusão em Atlético-MG 0 x 0 Botafogo, no Campeonato Brasileiro 2024, semanas antes da final da Libertadores vencida pelo Glorioso? Ex-lateral do clube mineiro, Mariano admitiu que foi de certa forma uma estratégia para tentar desestabilizar o adversário.
Em entrevista ao “Charla Podcast“, Mariano, hoje no América-MG, foi sincero ao ser perguntado sobre a confusão entre os atacantes Hulk e Luiz Henrique.
– Eu não estava perto deles, eu vi só depois. Vi até uma entrevista do Hulk dizendo que ele (Luiz Henrique) tinha falado lá que o nosso time era ruim, time merda. O Hulk também não leva desaforo e por ser também um dos líderes, capitão e tudo mais, ele tinha que responder. Eu não estava perto, eu não vi, mas aí ele falou que o (Matheus) Mendes, goleiro, tinha escutado. E aquele negócio foi para, vamos dizer o que rolou com com o Gabriel na Copa do Brasil, rolou aquele clima, porque a gente ia pegar os caras na final, e querendo ou não os caras estavam num momento melhor que o nosso. A gente empatou um jogo com os caras com um a menos do Brasileiro, os caras brigando pelo título brasileiro também. Deu aquela, vamos dizer, deu aquela acendida ali no pavio pra ver como que vai ser a final, como os caras vão encarar. Querendo ou não, os caras tinham um jogo contra o Palmeiras. Então a gente falou, pô, os caras vão lá contra o Palmeiras, os caras pode ser que não ganhem. Pegou aquele auê no clima, para ver que como que o Botafogo ia chegar para a final – declarou Mariano.
O lateral contou mais detalhes da final da Libertadores, vencida pelo Botafogo por 3 a 1 em Buenos Aires, mesmo tendo Gregore expulso no primeiro minuto.
– A gente passou uma situação dessa com o Brasileiro. A gente com um a menos segura o Botafogo. Seguramos o 0x0. Só que é diferente um Brasileiro de se jogar uma final, de Libertadores. Quando o cara é expulso, o Gregore é expulso, (Alan) Kardec vira pra mim e fala “pô Mari, agora vai”. Falei “calma, irmão, calma que futebol tem suas pegadinhas”. Foi o que aconteceu. Tipo assim, todo mundo fala “pô, por que que o Milito não mexeu? Por que que o Milito não fez isso?”… De fora, é muito mais fácil, o cara lá dentro com o zagueiro (Lyanco), que já estava acostumado a jogar ali naquela posição. Pô, a gente achou que que ia sair o gol, que o Botafogo uma hora ia ceder. Só que foi ao contrário né, os caras têm um contra-ataque e os caras fazem o gol – lamentou Mariano.
– Com um a mais, com o time que a gente tinha, com os jogadores que a gente tinha, experientes e tudo mais, não podia. Faz a falta, mata a jogada, um a mais em campo. Pegou todo mundo de surpresa, até a gente. Quando saiu o segundo gol, a gente… Querendo ou não, o primeiro você empata, dá uma pressãozinha nos caras, os caras com um a menos. Foi o que eu mais respondi depois do jogo, velho. Eu falava “cara, não me fala desse jogo, pelo amor de Deus, eu não consegui nem ver, velho”. Para mim, era algo especial, poderia ser minha última final, minha última Libertadores, jogar uma final de Libertadores, ser campeão. Você vê os caras com um a menos o jogo todo pela frente, ganhamos, campeão, tá maluco. Porque tipo assim, no 11 contra 11, a gente sabia que o Botafogo era favorito, porque o Botafogo vinha numa sequência de Brasileiro e Libertadores ganhando. A gente vinha de 10, 12 jogos sem ganhar – completou.