“Cara, vou te falar, esportivamente, foi o dia mais feliz da minha vida. Eu sei que, se não fosse Deus, eu não estaria aqui. Acho que eu tinha 1% de chance de permanecer no Botafogo. Acho que era 1% mesmo assim, cara”. Foi assim que o volante Marlon Freitas expressou seu sentimento em relação ao título da Libertadores, no qual foi capitão e peça fundamental em 2024.
O volante deu depoimento emocionado no filme “Pulse”, lançado pela Conmebol nesta terça-feira, sobre a conquista alvinegra em Buenos Aires (ARG). O documentário mostra o envolvimento de Marlon com os funcionários do clube.
Leia trechos do depoimento de Marlon Freitas:
– Essa é a história de como o Botafogo chegou à Glória Eterna. Mas essa não é a história apenas da luta e superação do Botafogo em campo. É a história de uma família e como a união pode mudar a história. Jogador de futebol tem acesso a algumas coisas que se não fosse ser jogador não ia ter acesso àquilo. As pessoas até reclamam comigo porque às vezes eu não curto muito a fama, mas o legado que eu quero deixar é as pessoas que me conhecem falem assim, “cara, esse cara é fera, é bom, esse cara é amigo, esse cara é família, é um cara que ajuda as pessoas, que pensa no próximo”. E às vezes até as pessoas falam que eu tenho que pensar um pouco mais em mim, porque eu sempre estou pensando nas pessoas e às vezes esquecendo até do Marlon.
– Acho que esse é o meu propósito. Eu não consigo estar bem sem o meu ambiente de trabalho, sem a minha família. Não está feliz também, não faz sentido nada disso. Ter dinheiro, ter fama, você não vê a minha família feliz, você não vê os meus amigos aproveitando, desfrutando comigo, se alegrando comigo nos momentos difíceis. Estão ali comigo também.
– Estou fazendo parte de um clube hoje vencedor. Eu sei que vou ser lembrado pelas minhas conquistas, por tudo que foi feito, por tudo que ainda vai acontecer, porque tem coisas grandes ainda para o Botafogo, e se eu estiver aqui eu vou viver intensamente isso aqui. Mas o legado que eu quero deixar é das pessoas falando bem do Marlon, receber mensagens, vídeos, esse é o maior legado que eu quero deixar, que eu quero levar para a minha vida, poder encontrar as pessoas daqui a 10, 15 anos e falar “mano, você mudou a minha vida com uma palavra, com um abraço”. Eu acho que é isso.
– A briga nossa era que eles (funcionários) pudessem viver tudo aquilo que eles viveram, sabe? Porque não fazia sentido a gente ter 30 jogadores, parte da administrativa toda lá dentro, mas a estrutura estar aqui, cara. Não fazia sentido eles não participarem daquele momento. E a gente conseguiu, cara. A gente conseguiu levar todos os funcionários. Eu estou aqui do lado de pessoas que trabalham anos aqui. Estou há apenas três anos aqui e já vivi tanta coisa. E, para mim, cara, acho que esse é o legado que eu quero, sabe? Sei que as pessoas de fora vão lembrar do Marlon que ganhou a Libertadores, o Brasileiro, que fez isso e aquilo, mas eu quero ver essas pessoas aqui falando da pessoa, do caráter, do cara amigo, do cara parceiro, do cara que tentou fazer o melhor pra ajudar e ver essa mensagem pra mim, cara.
É algo assim que não tem preço, sabe? Não tem preço.