Mateo Ponte recorda momentos no Botafogo e celebra: ‘Não errei em vir para cá, em ficar quando tive possibilidade de sair e em renovar até 2028’

Mateo Ponte, do Botafogo
YouTube/Botafogo TV

Mateo Ponte é hoje um dos jogadores com mais tempo de casa. Contratado no meio de 2023, o lateral-direito concedeu entrevista ao “Botafogo Podcast“, passou a carreira a limpo e valorizou seus momentos clube. Ele celebrou a renovação de contrato até 2028 nesta terça-feira (16/9).

Na verdade, muito contente. Muito contente porque é uma conquista pessoal minha, mas acho que nenhuma conquista pessoal se cumpre sozinho, né? Porque tem um grupo de trabalho bom, todo grupo que eu passei, estou aqui há dois anos já. E todos os caras que passaram pela minha frente me ajudaram muito a ser quem eu sou agora como jogador. Eu falo como se eu fosse craque, né? (risos) E acho que eu sou muito grato por ter vindo para cá, porque eu sei que não errei. Não errei em vir para cá. Não errei em ficar, quando eu tive a possibilidade de sair, e não errei sabendo que eu já assinei meu contrato até 2028 e vou estar junto com vocês – destacou Mateo Ponte.

O uruguaio contou uma boa história de bastidor sobre o motivo de ter comemorado os títulos da Libertadores e do Campeonato Brasileiro em 2024 com camisa históricas do Botafogo.

– Eu não conhecia essa camisa. Eu me lembro que estava no Instagram, e tem vez que parece que a rede social lê sua mente, sabe? E eu estava falando, “pô, tem uma camisa histórica do Botafogo, seria legal ter, né?” A do título brasileiro de 95 o Marçal me conseguiu, mas a preta fui eu que vi, acho que foi na metade do ano, sei lá, mas eu falei, “pô, vou comprar, pode ser que nesse ano eu vá usar, e se ganhar algum título eu vou usar”. Comprei na metade do ano, demorou quase dois meses para chegar a camisa, eu já tinha esquecido que tinha a camisa, aí, minha namorada me falou “para que comprar essa camisa de Botafogo que você não vai usar nunca?” “Ah, não, se não usar em nenhum momento eu vou curtir na praia, sei lá, em algum momento eu vou usar”. E, pô, quando foi a final da Libertadores, eu falei, “pô, vou levar na minha mala, vou colocar na minha mala”. Acho que não tinha nada, tinha o terno e tudo mais, e eu falei, “pô, vou colocar a camisa”. Coloquei a camisa preta e nas comemorações, tipo assim, eu como fiquei de fora da final (suspenso) e tinha que estar de terno também, eu não podia ir para o vestiário. Os caras que ficaram de fora da convocatória, que foram cortados, eles podiam entrar no vestiário, mas eu não porque eu estava expulso, então eu era o único cara que não podia entrar no vestiário. Então, eu fui direto na tribuna e eu sabia que não podia voltar para o vestiário para pegar a camisa. E não tinha lembrado que a camisa estava lá. E quando chegamos aqui, no Rio, eu falei, “pô, eu tenho a minha camisa preta aqui”. E quando íamos fazer a comemoração e tudo, eu falei, “pô, eu vou botar, ninguém tem nada, mas eu vou botar, vou colocar a camisa”. E pô, todo mundo ficou encantado com a camisa, tem um 4 e tudo, eu mandei botar personalizado, e essa foto ficou maneira. Todo mundo depois me perguntando, “pô, cadê a camisa, onde você comprou?” Acho que agora depois vou fazer um sorteio, vou dar de presente para algum torcedor, porque tem muita gente me falando, outros caras que também me mandavam, pô, todo mundo está perguntando onde você comprou essa camisa. Nem lembro onde que eu comprei, porque foi em uma loja que apareceu em uma publicidade e eu comprei, nem sei de onde é essa camisa, mas ficou maneiro – lembrou.

– E depois o Marçal me falou, “pô, essa foto ficou pica, mano, pô, muito maneira, e sabe o que temos que fazer? Vamos ter que arrumar a listrada, a de 95, e quando formos campeões brasileiros, tem que colocar isso e ter essa foto boa”. E aí eu falei, “pô, Marçal, se conseguir essa camisa aí para mim, que você tem um contato para conseguir a camisa, me encaminha aí, tá?” E no dia do título brasileiro, o Marçal, estávamos comemorando, fomos lá para o vestiário pegar uma camisa e saiu aquela fotinho boa – adicionou.

Leia outras respostas de Mateo Ponte:

Tempo de casa

– Já sou quase dos mais velhos do elenco, cheguei em 2023. E acho que foi muito legal. Quando eu cheguei aqui, eu cheguei muito novo, né? Com 19 anos. Agora estou com 22 e já com uma experiência aqui dentro do clube, sabendo o que é o Botafogo mesmo. E eu aprendi muito nesses dois anos e meio já, quase três, do que eu vivi o Botafogo no máximo, né? Tanto fora do campo como dentro. Os caras que passaram tudo me estão ajudando muito nesse processo como jogador. E eu mesmo até entendi o que é viver o Botafogo. Tendo as partes ruins e tendo os momentos bons de euforia e tudo. E as situações como a gente está aqui agora, nesse 2025, em que parece que nada vai dar certo, mas é quando a gente se une mais e aí quando a gente saca força para tentar fazer tudo certo.

Amadurecimento

– Eu me vejo quando eu cheguei como um cara tímido, né? Primeira saída para o exterior, deixando a família e tudo. Para mim foi algo muito pesado. Porque foi a minha primeira experiência. E eu me vejo agora como mais uma peça importante do grupo. Talvez não jogando ou sendo o aporte como eu quero ser, mas eu sei que eu dentro e fora do campo eu sou um cara muito bom, muito gente boa com todos meus companheiros e é isso que eu, para mim, eu sinto no meu coração. Que eu ajudo dessa parte onde eu às vezes prefiro ser um bom companheiro, ser um bom amigo, ser um bom estudante, para os treinadores. Vejo que amadureci muito desde que eu cheguei até agora, E isso é algo muito legal e que me deixa muito feliz.

Gols importantes em 2024

– Eu também falo que o jogador às vezes é feito de oportunidade. Como eu sou um cara que talvez não tive tanta oportunidade de entrar, mas eu me convenci a mim mesmo que quando eu tivesse oportunidade de entrar, eu tinha que arrebentar. E, pô, agora eu vejo todos os lances aí, que o Atlético-GO foi nosso primeiro jogo aqui em casa pelo Brasileirão em 2024. Esse gol meu foram os três pontos que ajudaram, né? Porque se fosse um 0 x 0, um empate, tinha um ponto, ou se fosse uma derrota não tinha. Foram três pontos. Isso me deixa feliz de que eu talvez não apareça nessa caminhada no final, fazendo um gol com o São Paulo ou tal, mas eu vejo todos os lances e falo que eu fui importante sempre no ano, seja com as mínimas coisas.

– Esse gol (sobre o Flamengo) foi muito maneiro. Pô, dois minutos do jogo. Tem gente que falava que eu não ia dar conta do recado, que eu ainda não estava muito amadurecido como para pegar essa sequência, porque foi Bahia, pela Copa do Brasil, que ficamos fora nesse jogo, e depois tinha Palmeiras pelas Libertadores, Flamengo e Palmeiras. Então essa sequência era, pô, para mim era muito difícil e sabia que na minha cabeça tinha muito, que passava por minha cabeça porque havia gente que falava que eu não poderia dar conta do recado, que ia ser difícil para mim, que eu não ia conseguir. Acho que esses três jogos foram um caminho para mim nesse 2024 e que deixei claro que eu estou aqui para ajudar e que eu sempre estou pronto para quando me precisar.

Identificação com a torcida

– É muito bom esse papo aí que temos eu e a torcida, né? Porque eu acho que me identifiquei muito com esse clube, que para mim é um clube que sabe o que quer, sabe que é um clube que tem muita história e que quer ganhar sempre, quer ganhar jogos, quer ganhar títulos, como todo mundo quer. Mas eu que não estive tanto com isso, tipo, eu não titular indiscutível, não jogo todo jogo, eu acho que nunca me trataram mal. Sempre tem gente que fala “pô, Mateo Ponte é burro, Matou Ponte é tal”, mas isso faz parte do torcedor, eu seria igual se torcesse por outro clube, assim. Mas esse papo que temos com a torcida do Botafogo, que o Botafogo me quer de uma forma extracampo, que eu fico muito, muito, muito feliz e muito identificado mesmo, que é muito legal ser assim com a gente, que a gente me quer dessa forma, porque me conhece assim, entendeu?

Importância da família

– Minha namorada estudou (português), ela já sente muito o Rio e o Botafogo mesmo. Ela está muito feliz de estar aqui. A decisão sempre tomamos juntos, e minha família também está encantada de vir para cá, porque da Uruguai para cá são duas horas e meia, tem voo direto. Tipo, eu falo, se eu tenho que fazer a minha renovação hoje, eu falo com a minha mãe à noite. Os caras me avisaram que eu ia renovar, eu ia fazer a assinatura hoje e tal. Eu quero que minha família esteja aí. Eu comprei o voo, comprei a passagem para eles, e de uma noite para a outra, eles já estavam na minha casa. Então, isso é também o que minha família gosta, de estar perto de mim, porque eu sou muito apegado com minha família, e quero que eles estejam aqui, seja para tirar uma foto, ou o que seja. Eu fico muito feliz e emocionado também.

– Eu fico arrepiado de ouvir, porque todos eles foram que me acompanharam nos meus primeiros passos, minha família, meu agente, todos eles, e eu sei que tem algo que eu estou fazendo certo, porque tem muita gente que me quer, minha família que ficou no Uruguai também, sempre está falando muito comigo. Por causa dessa correria que de três em três dias temos jogo, há vezes que não consigo responder todas as mensagens que chegam, mas eu sei que sempre está atrás da tela, torcendo por mim, e isso que me emociona, que me dá força para seguir em frente.

Parceria no elenco

– É sensacional, porque, além dos gringos que tem, porque quando eu cheguei, lembro que o primeiro que me acolheu foi o Diego Hernández, que era do Uruguai, mais próximo que eu tinha, mas nesse 2023, 2024, fizemos uma relação muito boa, além dos gringos, os brasileiros. Como eu falava, quando eu cheguei, os brazucas me acolheram muito bem, sempre. Eu tinha na minha cabeça outro conceito do que o brasileiro era, e que era um conceito errado, mas compartilhando com eles no dia a dia, eu senti que eles me iam acolher, me iriam ajudar a ser, além de um melhor jogador, uma boa pessoa. Viver esse espírito que têm eles, de brincar, de ficar sorrindo todo o tempo. E isso que eu também me identifiquei um pouco, porque eu sou um cara que nunca fico triste, nunca fico mal, tipo, eu nunca treino com cara feia, entendeu? E foi isso que eu me fez o que eu sou agora, nessa minha nova versão, de ser um cara alegre, um cara que sempre está de boa, sempre coloca para frente o companheiro. E, pô, eles não têm, na verdade, nada o que falar. E se eu quiser falar com algum deles e perguntar pra cada um deles se eu sou uma má pessoa, acho que ninguém vai falar. E se tem que falar, vai ser muito difícil que alguém fale que eu sou uma má pessoa. Porque eu me dou bem com todo mundo, além de ter, tipo, eu tenho meu grupo, outros caras têm seu grupo, mas eu brinco com todo mundo, eu falo com todo mundo, e é isso que eu me identifico. E eu fico muito feliz de ter formado essa amizade, como família com eles, e melhor grupo que esse pra compartilhar o dia-a-dia, acho que não tem.

Amizade com Alexander Barboza

– Com o Barboza eu peguei essa amizade boa. Quando ele chegou, eu estava no Pré-Olímpico, não tinha conhecido ele muito bem, e eu falava pro Diego “e que tal esse argentino aí, meio uruguaio?” Porque não sei se é argentino-uruguaio, que vem do lado de Paraguai, pô. Como é que ele é? Pô, mano, muito maneiro o cara. E, na verdade, dá pra ver que ele é real, que ele não finge ser uma coisa que não é. Ele é o que é. Ele é o Barboza. E, pô, quando eu o conheci, pegamos essa amizade boa muito rápido. Muito rápido. Eu, minha esposa com a esposa dele, com a família dele, e foi muito bom. Até agora, acho que temos essa amizade que eu posso confiar muito nele, e ele pode confiar muito em mim. Sabe que eu vou estar sempre aí para ele quando precisar. Para todos, na verdade, né? Mas como você falou, que eu sempre vou com ele no campo, eu espero ele até o último momento para sair, entendeu? E é uma amizade muito boa. E isso que eu tento transmitir para os outros gringos que vem chegando, né? Pro Santi, pro Mastriani, pro Montoro. Entre nós aqui, que somos os únicos que falam espanhol, tem que estar com todo mundo. Mas entre nós que falamos espanhol e estamos compartilhando no dia a dia, isso aí é especial. Estar nessa parceria, né? Ontem estávamos no aniversário do filho dele, e me dou muito bem com os filhos dele, com a família de todos, sabe? Porque, no final das contas, as famílias estão aguardando nós e bancando a nossa cabeça no dia a dia.

Modelo de lançamentos de uniforme

– Eu curti muito. Eu acho que o torcedor também curtiu. Porque um modelo sabe que está aqui, né? Até 2028 já tem modelo confirmado para vestir a camisa.

Veja o vídeo da Botafogo TV abaixo:

Fonte: Redação FogãoNET e Botafogo TV

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