Torcedor do Botafogo, Maurício Meirelles viveu de perto as emoções da Libertadores. Inclusive da final, contra o Atlético-MG, vencida pelo Glorioso por 3 a 1, em Buenos Aires, no último sábado (30/11). O humorista ainda participou da festa do título com o time, recebeu os laterais Alex Telles e Marçal em uma apresentação sua no Rio de Janeiro e escreveu um belo texto no Instagram.
Leia abaixo:
“Se você torceu contra o Botafogo, você é muito cruel.
Há sentimentos tão bons que todo ser humano deveria experimentar. Assistir ao seu time do coração ganhar uma competição importante é um deles.
Por isso tanta gente torcia para o Botafogo no jogo. Não era apenas sobre futebol, era sobre você desejar uma alegria para alguém que você gosta.
Todo botafoguense recebeu orientações de amigos que o estimam: “aproveita”, “você vai sentir isso no começo”, “quando acaba é desse jeito”. Como se essa conquista fosse um restaurante chique daqueles que você só indica para os mais chegados.
E, convenhamos, nós botafoguenses merecíamos demais isso: a gente se dedicou demais a esse esporte que tantas vezes foi cruel conosco. Muitos até acharam que nunca sentiriam esse prazer e resolveram se dedicar a outras experiências menos dolorosas.
Mas o Botafogo nunca foi abandonado.
Ele tava ali, guardado num lugar muito ressentido da alma, aparecendo vez ou outra de forma tímida. Mas nunca abandonado.
Portanto, de uma vez por todas: o Botafogo não renasceu. Ele apenas ressurgiu.
Isso fica muito claro quando 50mil pessoas saem de suas cidades para esse encontro internacional.
Isso fica muito claro quando 3 gerações da mesma família se reconectam da noite pro dia .
Isso fica muito claro quando desconhecidos conhecem o sentimento do outro, só por terem uma estrela no peito.
Por isso foi uma conquista muito gigante. Porque foi muito além do futebol. Foi sobre amor.
Amor às nossas lembranças. Amor a quem somos. Amor ao que acreditamos.
Garanto que você, botafoguense, relembrou do seu pai, do seu avô, da sua mãe. Relembrou de momentos que estavam ali escondidos faz muito tempo. Por isso, tem que ser muito cruel quem torceu contra isso.
Agora que fizemos um belo resgate, não podemos esquecer: o Botafogo é gigante!
Tire essa imagem de um passado recente.
Esqueça as superstições.
Pare com os tabus.
A gente não é o time da pipoca, o time que não dá certo com camisa branca, o time que não tem torcida.
A gente é o time que lotou um país e ganhou uma Libertadores jogando com 1 a menos.
Esse não é o novo Botafogo. Esse é o Botafogo de sempre.
Ele apenas ressurgiu.”