O Botafogo conseguiu contratar um técnico que estava na Premier League e que já foi campeão português. Ao anunciar Bruno Lage, que tem chegada prevista para esta semana, o clube repôs rapidamente o cargo, vago após a saída de Luís Castro para o Al-Nassr.
Diretor executivo de futebol do Botafogo, André Mazzuco explicou como foi a negociação.
– A lábia é possível quando você realmente tem algo para atrair. O projeto. O papel do John Textor é fundamental, é o dono do clube, uma liderança presente, tem grande influência no mercado. O Botafogo resgatou muito o crédito como clube, se estruturou, mostrou evolução em todos os setores, profissionalização. Passamos por dois momentos cruciais, ano passado e esse ano, onde dentro do que acreditávamos mantivemos o comando técnico em cenário externo desfavorável. As pessoas começam a entender que temos uma maneira de trabalhar, um planejamento, que dá segurança no trabalho. Sai o treinador, mas mantemos o que construímos, não mudou o dia a dia, as regras, o planejamento. Dentro do nosso ideal, seria realmente trazer um treinador de ponta, que pudesse dar continuidade ao nível de profissionalismo, com conteúdo, qualidade e posicionamento de mercado. Isso é importante para a marca Botafogo. O próprio movimento do Cláudio Caçapa foi importante, é um profissional que conhecemos, estava no Lyon, foi rápido para agregar, utilizando nossa ferramenta multiclubes. A vinda do Bruno é para coroar essa ideia e trazer treinador de ponta, que pudesse estar conosco e entender que o Botafogo pode entregar a ele algo bom. Pega clube organizado, elenco sólido e liderança importante na competição para dar continuidade ao que temos feito – destacou.
– Hoje você ter uma holding que coordena os trabalhos é interessante, porque você acaba navegando em várias atmosferas. Esse ano tivemos reunião para falar do Molenbeek. Importante também para treinador, mesmo com experiência enorme de Premier League. Luís (Castro) foi um diretor-técnico, o que deu a ele condição de conhecer sobre base, sobre processo de formação. Quando vira treinador, isso ele carrega, o que facilita na ida para os clubes. É o que acreditamos. Alessandro (Brito) e eu também viemos da base, temos isso na veia. É o que o Botafogo precisa, mais do que solidez na equipe profissional que traga resultados, é também o processo de formação. É um processo paralelo, mas ativo, que vai demorar mais tempo porque o Botafogo precisa de mudanças estruturais profundas. Bruno (Lage) vem desse processo de formação também, importante essa visão macro, sistêmica, vai ser assim com todos os treinadores. O Botafogo tem condição de entregar a um treinador o que o clube quer. Se um candidato não acreditar nisso, precisamos passar para o próximo. Dependemos cada vez menos das pessoas, temos tranquilidade para buscar os melhores profissionais. Acho que isso seduz também o treinador, o clube é consciente, vai combinar antes, isso realmente atrai. O mercado brasileiro é maravilhoso, pecamos em não resgatar tanto isso. Olha o que aconteceu com o Luís, é importante para o profissional. É um desafio, mas também é algo bastante atrativo – acrescentou.
O contrato será inicialmente apenas até o fim da temporada, o que foi comentado por Mazzuco.
– Não foi uma exigência, foi uma forma. Sempre pensamos na continuidade, mas entendemos o momento e as aspirações do Bruno, é a primeira vez que vem para o Brasil. Como temos processos instalados, não haveria problemas em fazer essa primeira etapa. Hoje ele faz parte da Eagle, sentamos, conversamos, definimos. Primeiro queremos cumprir essa missão de 2023, depois tudo pode acontecer – completou.