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Médico do Botafogo, Gustavo Dutra une paixão e trabalho e repassa histórias: ‘Sou botafoguense e estou botafoguense’

Por: FogãoNET

- Atualizado em

Gustavo Dutra, médico do Botafogo
YouTube/Resenha com TF

Médico do Botafogo, Gustavo Dutra não esconde ser botafoguense. O profissional trabalhou no clube de 2012 a 2015 e retornou em 2021. Ele, que foi um dos mais empolgados nas comemorações dos títulos de 2024, deu entrevista ao canal “Resenha com TF” e contou detalhes das celebrações.

– Essa foi uma história boa, porque eu perguntei pro nosso diretor, na época, Pedro (Martins), e ao Alessandro Brito, nosso diretor geral e de scout, na refeição no dia da final da Libertadores, eu falei “vocês sabem que eu sou botafoguense e estou botafoguense, a maioria do clube está botafoguense e não é botafoguense, respeitamos, o negócio é trabalhar em prol do projeto e vai todo mundo torcer junto, mas eu sou botafoguense e estou esperando isso há 45 anos. Se for campeão, eu posso comemorar?” Aí o diretor começou a rir, né, porque ninguém esperava essa pergunta. “Se for campeão, você faz o que você quiser, só não fica pelado, o resto você faz”. Então foi isso que eu fiz, liberado, está tudo certo – disse Gustavo Dutra, que destacou a identificação de quem trabalha no clube.

– Vestiram a camisa, estavam e passaram a ser botafoguenses, porque você é escolhido. Trabalhar no Botafogo é diferente. A gente vive com dificuldade no Botafogo, não é fácil trabalhar lá, não é fácil porque a gente tem uma camisa muito pesada e ávida por conquistas, e a gente sabe o peso disso. Então todo mundo vive intensamente aquilo ali. E todo grão, toda plantinha, toda árvore que é plantada e começa a crescer e dar frutos é vitória para todo mundo. Então você acaba tendo uma identificação muito grande. Quando você vai para um clube que na história inteira tem muitos títulos, qualquer que seja, você também quer ganhar o título e quer fazer parte da história desse clube. Mas no Botafogo é diferente porque as pessoas que já estão no Botafogo, que conhecem a história do Botafogo, te abraçam de uma forma que você passa a ser escolhido. E assim, eu não tenho glamour, não sou jogador de futebol, muito pelo contrário, eu escolhi ser vidraça. O médico que trabalha no futebol é vidraça sempre, está todo mundo ali para tacar uma pedra. Mas se os jogadores afirmam que jogar ali, trabalhar ali é diferente pela energia, pela aura, por tudo que acontece, é porque é diferente realmente. Só quem está ali dentro para viver aquilo, para sentir aquilo.

Leia outros pontos da entrevista:

SAF

– Em 2021 fomos vitoriosos dentro daquilo que era o mínimo, que era subir, que eu acredito que para a gente virar SAF a gente tinha que subir. 22 foi um ano que a gente brigou pela pré-Libertadores até a última rodada, não tivemos força para ganhar do Athletico-PR lá, fomos para a Copa Sul-Americana, foi o primeiro objetivo da SAF, concluído. O segundo objetivo quem diria que a gente ia brigar pelo título com o Palmeiras, estando 15 pontos na frente, depois a gente caiu muito e ficou em quinto, foi para a pré-Libertadores e foi o ano seguinte de sonho. Então assim, a nossa história sendo construída na SAF e nós vamos ano que vem para a quinta temporada da SAF, a gente tem um Brasileiro e uma Libertadores, é muito louco isso.

Botafogo no topo

– A gente tem time que está brigando há dez anos pela hegemonia do futebol brasileiro, principalmente dois times, e de vez em quando chega alguém e quebra, concorda ou não? E assim, os caras estão estruturados e passaram pelo que a gente passou há dez anos, e mesmo assim nós quebramos os caras em 24. O Fluminense quebrou em 23, foi campeão carioca e da Libertadores. O Galo ganha em 21 Brasileiro e Copa do Brasil. E aí joga uma final da Supercopa sem precisar, o cara ganha os dois. Ainda vai pra uma final da Supercopa, tinham que ter dado o troféu pro cara. Sim. Mas eu entendo a questão econômica do processo e não vamos brigar por isso. Alguém, de vez em quando belisca, quebra.

Botafogo 2025

– Esse ano não deu para brigar no topo, mas em 2023 a gente só brigou no topo até a 33ª rodada, a gente caiu do topo, a gente ficou na pré-Libertadores. Então, a gente já sabe o que a gente vai enfrentar na pré-Libertadores. Agora é pior, na minha visão, que a gente vai subir a montanha, a gente vai ter um mês e meio de trabalho e vai subir a montanha (altitude). Isso me preocupa mais do que qualquer outra coisa. Mas está no regulamento, a Conmebol não vai mudar, o jogo é esse, é pote, é sorteio, se vira, e a gente tem algumas estratégias desde treino até suplementos, alimentos, coisas para melhorar o aporte sanguíneo e a oxigenação tecidual dos caras, para eles terem mais performance. Desde a Sul-Americana em 2023, a gente só foi para a LDU e para aquele que nós pegamos na pré-Libertadores que foi um time boliviano (Aurora), que é mais ou menos, um pouquinho menos até do que a LDU, mas tem um pouquinho só de alteração. Então assim, a gente vai subir o morro, isso me preocupa. Então o nosso trabalho é o quê? Entrar onde? Brigar pelo topo, não precisar de depender de pré-Libertadores, você pode pegar um time muito mais fraco que o teu a nível do mar, ou um time mais fraco que o teu, mas que joga lá em cima, e o primeiro jogo é lá. A gente vai ter um mês e meio.

Volta ao Botafogo em 2021

– Eu recebo uma ligação do (Eduardo) Freeland, eu estava no Flamengo. Não tinha problema, zero. Assim como não tenho problema até hoje. E aí, de repente, eu recebo a ligação do Freeland, que tinha trabalhado comigo no Botafogo quando eu comecei em 2012. “Dutra, eu tenho uma proposta pra te fazer. Você tem um dia pra pensar”. E o cara que assumiu no lugar dele falou assim, “você vai pro Botafogo ou vai ficar aqui com a gente? O Freeland vai te chamar”. E aí, ó, “preciso botar uma pessoa pra falar contigo aqui e tal, o Durcesio (Mello, presidente)”. “Tudo bem? Quero te fazer uma proposta. Queria que você viesse pra cá, trabalhar com a gente, coordenar o departamento”. E o nosso coordenador, do que não tinha o nome de núcleo ainda, era o Altamiro Bottino. E o Altamiro eu já tinha trabalhado, tenho amizade com ele até hoje, é um cara fenomenal. Aí chegou, eu comecei a tremer, eu falei, “é mesmo?” “Ó, não posso te pagar o que tu ganha aí. Não sei se vou ter o dinheiro pra te pagar em dia, mas vou te pagar tudo, todo mês tu vai receber”. Aí eu cheguei pra minha mulher, o que que eu faço? “Faz o que o teu coração mandar, se a gente precisar, a gente se aperta aqui e ali, a gente trabalha mais fora, não sei o quê, faz o que o teu coração mandar que eu já sei o que tu quer”.

– No dia seguinte, falei “tô dentro, quando eu começo?”. “Amanhã?”. Falei “não, amanhã não, porque amanhã faz dois anos do incêndio do Ninho do Urubu. Tem missa, eu sempre sou convidado, eu vou, conheci todos lá, sou amigo das famílias, eu que recebi aquelas famílias. Mas eu vou pedir minha demissão de próprio punho”. Ainda tinham quatro rodadas para acabar o campeonato, a gente, infelizmente, já tinha caído. Fui lá, assinei de próprio punho. No dia seguinte, estou eu no Botafogo, fazendo a admissão. E aí, subimos, primeiro que flertamos com a Série C, chegamos a 15º. Estava fora do trilho, trabalhando, quietinho, Cruzeiro e Vasco naquela Série B, junto com a gente. Lembra disso? Entramos no trilho, fomos engatando as marchas, batemos campeões, subimos, e o Durcesio falou, “a gente precisa subir, gostaria de você aqui, se a gente subir, vai ter coisa boa no que vem, que eu não posso te falar. Talvez fosse ele. Já podia ser o John”.

– Cara, aí vendo essa história toda, campeão da Série B, aí eu falei, “porra, tenho dois títulos da Série B com o Botafogo, 2015 e 2021. Com muita honra, com muito trabalho, tenho orgulho danado, tenho minhas medalhas lá, mas não quero mais ser, não. A partir de agora, é trabalhar para o Botafogo, daqui a dez anos, ser campeão brasileiro”. Porra, dois anos depois, fui campeão brasileiro da Série A. Então é muita coisa, e graças a ela, é o que ela falou. Se ela fala para mim, “porra, nós temos três filhos, caraca, não sabe se vai receber. Você não quer ir?” Não sei. O coração me mandava ir, mas eu tenho três filhos, e deu tudo certo, graças a Deus, e hoje vivemos uma outra rotina do Botafogo.

Fonte: Redação FogãoNET e Resenha com TF

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