O “Movimento Ninguém Ama Como A Gente“, formado por torcedores do Botafogo, divulgou um vídeo de desabafo e protesto contra a forma da divisão das cotas de TV no Brasil. O grupo apontou que o Flamengo recebe muito mais que outros clubes e que esse formato não existe nas principais ligas do mundo.
Ainda segundo o movimento, “o fato de o Flamengo, mesmo com tanto privilégio, não conseguir transformar dinheiro em domínio esportivo não torna essa desigualdade aceitável”.
Leia abaixo o texto:
“Este vídeo não é só para o Botafoguense. É para todo torcedor que está cansado de ver um clube sugando o dinheiro que deveria ser dividido de forma justa entre todos. O futebol brasileiro está sendo distorcido, e quem não aguenta mais esse absurdo, chegou a hora de se unir. Os números referentes às cotas de TV de 2024 escancaram um privilégio insustentável. O Flamengo faturou impressionantes R$ 453,5 milhões em direitos de transmissão. Para contextualizar, isso representa uma arrecadação 54% superior à do segundo colocado, o Corinthians, R$ 295 milhões.
A desigualdade se torna abissal ao olharmos para a base da tabela. O clube que menos recebeu entre os que tiveram o contrato principal com a emissora, o Atlético-GO, recebeu cerca de R$ 58 milhões em 2024. Isso significa que o Flamengo embolsou quase 700% a mais em cotas de TV do que seus concorrentes na parte de baixo do campeonato. Enquanto o Rubro-Negro fatura fatias gigantescas do bolo, a maioria dos times da Série A precisa se contentar com migalhas, lutando para sobreviver e competir em condições de extrema desvantagem.
Essa disparidade é inaceitável quando comparada às ligas de ponta do mundo. Na Premier League, por exemplo, o clube que mais arrecada de TV recebe, no máximo, algo entre 1,7 e 2 vezes a quantia do clube que menos recebe. Na Bundesliga, a diferença entre o primeiro e o último colocado é de cerca de 3 a 3,5 vezes. Já a La Liga, após reformar seu modelo para a negociação coletiva, controla essa disparidade em aproximadamente 4 a 4,5 vezes. A fórmula de distribuição europeia é projetada para ser justa, garantir a saúde financeira de todos os 20 participantes e, principalmente, proteger a competitividade. No Brasil, a fórmula atual faz o oposto, garante a perpetuação do domínio financeiro e esportivo de poucos.
O problema se agrava com a iminente criação de uma nova liga. O Flamengo, detentor desse privilégio histórico, tem articulado para manter seu monopólio nas futuras divisões de cotas. A manutenção de um sistema onde um único clube recebe 7 vezes o valor de seus concorrentes não é um modelo de negócio sustentável para o futebol brasileiro. É literalmente um ataque à competição e a todos os clubes que a disputam. Ano após ano, todos os clubes brasileiros estão sendo prejudicados por essa divisão que beneficia apenas um. O problema é ainda mais profundo. Esse modelo que concentra o dinheiro em determinado clube de maneira tão desigual automaticamente concentra a narrativa e a audiência. Isso força o mercado a consumir sempre as mesmas histórias, os mesmos rostos e, inevitavelmente, o mesmo clube. O fato de o Flamengo, mesmo com tanto privilégio, não conseguir transformar dinheiro em domínio esportivo não torna essa desigualdade aceitável.”
Seu clube está sendo prejudicado, ano após ano.
— Mov. Ninguém Ama Como a Gente (@MovNacag) October 14, 2025
Por um campeonato mais justo e um futebol brasileiro para todos.#DesprezoAbsoluto pic.twitter.com/eIxbf00RUf








