A saída de Artur Jorge do Botafogo para o Al-Rayyan (QAT) ainda repercute. O narrador Jorge Iggor, em seu canal no YouTube, classificou a postura do treinador como “papelão” e disse que ele tentou jogar a torcida contra John Textor, sem sucesso.
– Estamos falando de um treinador que chegou em abril, conquistou o maior título da história do Botafogo, tirou o Botafogo de um jejum de títulos nacionais de 29 anos, um clube com uma capacidade de investir, e que foi embora na primeira proposta. E não só foi embora, forçou toda uma narrativa, uma situação, cobrando valorização salarial, cobrando o aumento do salário, um salário que já era muito bom. Mas não tem nenhum problema você pleitear isso, você tentar melhorar o contrato que está em andamento. “Dá para dar uma melhoradinha aí? Você sabe como é, né? Acabei de ganhar dois títulos”. Mas existem as formas corretas de você fazer isso. O Artur Jorge tentou jogar a torcida do Botafogo contra o John Textor. Se o Artur Jorge quiser desmentir, se o empresário, o advogado, aí é problema deles. Quer desmentir, quer processar, faz o que quiser. Quando ele diz “a valorização não é só para os jogadores, é também para o treinador”, na véspera de uma decisão de Campeonato Brasileiro, o que ele queria era o seguinte, reações de “Pô, Textor, mão de vaca, hein? Valoriza o homem aí! Pô, sacanagem!” Só que ele não conseguiu, porque a torcida não comprou o barulho dele. A torcida percebeu desde o início qual era o discurso. Quer sair, irmão? Pode sair, não tem problema nenhum. Quer sair por uma proposta maior? Sai! Mas saia com cabeça erguida, saia com dignidade. O Artur Jorge não saiu do Botafogo com dignidade, pelo menos pegando toda essa linha do tempo aqui – criticou Jorge Iggor.
O narrador considera natural saída por razões financeiras, questionando apenas o modo de agir do treinador.
– Aí os rótulos vêm. “Ah, é traíra. Ah, é mercenário. Ah, é covarde”. Eu chamo isso tudo de profissionalismo, gente. Infelizmente, nessa hora, a gente tem que ser muito prático, muito pragmático, e deixar as emoções de lado, por mais que elas estejam presentes no futebol. Não dá para a gente querer que os agentes do futebol se comportem exatamente como o torcedor se comporta. Que a ligação desse cara com o clube seja a mesma que você, que vai para a arquibancada, tem. Não é e nunca será. Salvo raríssimas exceções. O normal é o cara que ganha 2x, recebeu a proposta para ganhar 4x e ir embora. Normal. O que eu discuto são as maneiras como você faz isso. A maneira que o Artur Jorge fez foi muito feia. Papelão. Quis jogar a torcida contra e se deu mal. Papelão – detonou.
– Agora vai ganhar o dinheiro dele no Catar. Mas a decisão de sair do Botafogo para sair para o Al-Rayyan para ganhar um caminhão de dinheiro, cara, faz sentido. Profissionalmente, como grana, como salário. A gente também tem que discutir as escolhas esportivas dos caras. Eu acho que ir para a Liga do Catar, se o Artur Jorge deseja se posicionar como um treinador de primeira prateleira, de grandes conquistas, de relevância, de estar sempre nos principais mercados, ir para o Catar arruina esse plano. Ele vai para uma liga que não tem o mínimo de competitividade, o mínimo de visibilidade, não tem nada, não tem respeito, não tem nada. Negócio horroroso. Não tem nem 2 mil pessoas no estádio para ver os jogos. Mas ele vai ganhar muito dinheiro. Aí você escolhe o que é mais importante para você e eu não faço conta com o dinheiro alheio. Mais importante é a grana, é a grana. “Ah, eu vou abrir mão de ganhar, sei lá, 40, 50% a mais do salário, mas eu vou ficar aqui onde eu já ganho muito bem, porque eu quero objetivos maiores, eu quero estar numa liga mais forte”. É uma decisão legítima também – completou.