Depois de uma pesquisa nas redes sociais, a torcida do Botafogo inseriu Luiz Henrique e Marlon Freitas no bandeirão de ídolos históricos do clube, mostrando-o ao mundo no último sábado na partida contra o Juventude. O narrador Jorge Iggor elogiou a atitude dos alvinegros e retrucou críticas que leu de torcedores do próprio clube sobre a escolha da dupla campeã brasileira e da Libertadores em 2024.
– Você vai para a rede social, que é o terreno da frustração, aquele espaço onde as pessoas reclamam de tudo, e lê: “Que absurdo, um bagre desse como Marlon Freitas estar na lista de ídolos! O Marlon Freitas não tem nem dois anos direito de Botafogo, como é que pode ele ser um ídolo? O Luiz Henrique veio aqui jogou seis meses, foi embora, como pode?” O Marlon Freitas foi o capitão que ergueu o troféu mais importante da história do Botafogo de Futebol e Regatas – rebateu Jorge Iggor.
– A gente tem um pensamento que eu acho muito atrasado, de que só vale o que aconteceu lá atrás, a gente tem muita dificuldade de fazer uma leitura histórica de algo que ainda está acontecendo ou que aconteceu recentemente. Então, para ser ídolo, o cara tem que ter jogado 30 anos atrás, quando o futebol era outro, era mais lindo, mais plástico, mais maravilhoso. Hoje não presta, nunca presta, na década de 90 nada prestava, na década de 80 nada prestava… – continuou.
– Você vê o nível da rede social, das pessoas que só querem reclamar e só querem xingar, tinha gente reclamando do Marlon Freitas e dizendo: “Por que o Gatito não está ali?” Pelo amor de Deus, gente! Gatito, muito respeito pelo clube, foi muito profissional, decidiu o Carioca de 2018, pegou pênalti, goleiraço histórico, naquela pré-Libertadores fez milagre para o Botafogo… Mas, gente, o Marlon Freitas é o capitão da conquista da Libertadores, o Gatito era o goleiro reserva do Botafogo em 2024, quando o maior título da história do clube foi conquistado, quando o tabu de quase 30 anos sem ganhar um Campeonato Brasileiro foi quebrado – completou.
Jorge Iggor exaltou a trajetória de Marlon Freitas, principalmente pela enxurrada de críticas que levou na perda do Brasileirão em 2023.
– Estou muito tranquilo para falar, porque já critiquei o Marlon Freitas aqui algumas vezes, e também já o defendi. Acho que o episódio da piscadinha e o gol contra a favor do Flamengo foram excessivamente pesados na análise. A piscadinha é uma coisa normal que acontece em jogo ali, que você está segurando um placar, você fala para um companheiro. Um gol contra infelizmente é uma fatalidade que todo mundo está sujeito a cometer. Todo mundo ali teve uma derrocada vergonhosa em 2023, e colocar esse cara como símbolo daquilo, esquecendo do pênalti que o Tiquinho perdeu, da queda emocional do Perri em vários jogos, de como o futebol do Adryelson sumiu e por aí vai, é ser muito injusto, é colocar a carga num cara só. Esquecer do Bruno Lage, do Lucio Flavio… Esse cara deu a volta por cima, depois de um trauma pesadíssimo. Pouquíssimos profissionais teriam condição de dar a volta por cima como o Marlon deu, depois de tudo que ele passou, da própria torcida. E ele lidera de maneira brilhante, dentro e fora de campo esse time, rumo ao título mais importante da sua história. Existem sim elementos para o Marlon Freitas estar ali, está longe de ser um absurdo – salientou.
– Você não quer o Marlon Freitas, aí você quer que coloque quem? Savarino, Almada, Barboza que jogou para caramba, Bastos, beleza, pode ser quem você quiser. Agora, vocês acham que depois do time conquistar o maior título da sua história, no panteão dos ídolos, você não vai incluir ninguém desse time? “Não, porque eles não se comparam a Garrincha!” Ninguém está dizendo isso, pelo amor de Deus! Por exemplo, o Maurício não se compara ao Garrincha, e ele é ídolo do Botafogo, fez o gol de um dos títulos mais importantes da história do Botafogo em 89, dando fim ao jejum de 21 anos. O Túlio Maravilha, nunca foi de um primor técnico, mas era um excelente atacante, fazedor de gol, está na história, é o rosto do título de 95. Por que não vai ter ninguém do time de 2024 no bandeirão? Que loucura é essa? Parabéns à torcida do Botafogo pelo que fez, pelo reconhecimento ao Marlon, ao Luiz Henrique, a todos! É um recado muito claro: vocês, que deram essa Glória Eterna ao Botafogo, estão todos na história. Vocês são ídolos, reconhecidos, serão sempre lembrados. Não tem problema nenhum. É correta a homenagem. Deixa reclamar, está cheio de gente frustrada, infeliz e mal sucedida que precisa da rede social para colocar as frustrações para fora. Parabéns aos torcedores do Botafogo pela coragem que tiveram – concluiu.