Goleiro com currículo europeu e passagens por grandes clubes, Neto foi contratado pelo Botafogo e ganhou a vaga de titular, após a negociação de John com o Nottingham Forest. Em entrevista ao “GE”, o experiente arqueiro revelou que se impressionou com John Textor antes do acerto com o Glorioso.
– Eu tive a oportunidade de falar com o John (Textor), me contou a filosofia que ele tinha com o clube. No mesmo momento, tinha uma negociação do John (goleiro) para a Inglaterra. E me chamou muito a atenção, achei (Textor) uma pessoa muito articulada. Não imaginava que ele era muito conectado com o clube. Óbvio que tinha essa questão do John ir para a Inglaterra que estava meio encaixada. Esse foi mais ou menos o cenário que me foi apresentado – explicou John, que chegou ao clube com mais bagagem e vivência.
– Tive a sorte de receber informações de muitos lugares, aprender muitas coisas, abrir muito a minha cabeça. Voltando hoje, eu consigo enxergar coisas que eu não conseguia enxergar, sem dúvidas. Era muito jovem, estava começando, cheio de coisas a fazer e desempenhar. Quando a gente está assim, acaba não enxergando coisas que estão próximas. Hoje, consigo entender, ter essa paciência e lucidez para raciocinar de outro jeito. Acho que é o momento ideal para mim, minha vida, minha família é chegar ao Brasil novamente, chegar ao Botafogo – acrescentou.
Curiosamente, retornar ao Brasil não estava nos planos iniciais. Mas acabou sendo considerado e culminou na vinda para o Botafogo.
– É curioso, porque em todo lugar que eu estava as pessoas perguntavam se eu tinha vontade de voltar para o Brasil, onde eu ia morar. Sempre respondi “se eu tiver que te falar isso agora, vou dizer que não”. Só que não dá para gente prever o que vai acontecer no futuro. Há uns três, quatro meses, vim ao Brasil de férias e fiquei com uma pulga atrás da orelha. “Acho que está na hora, aparecendo uma oportunidade, de fazer uma experiência (no Brasil) de novo” – contou.
– Sempre acompanhei o futebol brasileiro, mas queria trazer a minha família. Queria que meus filhos vissem o país de onde eu saí. Eles são brasileiros, claro (nascidos na Espanha), mas nunca viveram aqui. Eles respirarem isso, viverem essa experiência. Acredito que é algo único. Se não fosse nesse momento, talvez eles não tivessem isso na vida deles. A oportunidade do Botafogo chegou junto, quando as coisas da minha cabeça começaram a encaixar. Acredito que foi o momento certo – concluiu.
