Apresentado oficialmente, Neto deu entrevista à Botafogo TV nesta segunda-feira (11/8). O goleiro, que está pronto para jogar, contou a expectativa para estar diante da torcida no Estádio Nilton Santos.
– Muito ansioso, bastante ansioso pra esse momento, essa energia né. Acaba que o que nos move é a energia, sentir esse carinho, sentir esse apoio e vamos lá. Estou esperando por esse momento, espero que, já na quinta-feira aí, então estou contando os dias para chegar a esse momento – destacou Neto.
Leia outras respostas do goleiro:
Início no Botafogo
– A camisa acho que caiu como uma luva, ficou ótimo, ficou bonito. Os primeiros dias foram muito intensos muito, muito intensos, realmente uma loucura, mas tudo ótimo, muito feliz e o mais importante é isso.
Poliglota
– Cheguei a travar um pouco porque às vezes a gente começa a formular a resposta e a palavra acaba vindo primeiro em outro idioma. Até você raciocinar, você não tem para dar uma respirada, mas faz parte. Acontecia também com outros idiomas e não tem problema. Com o Mister eu sempre me referi em italiano até para ele se sentir mais confortável, mas não tem problema. Como for melhor para ele, não tem problema.
Vinda de jogadores para o Brasil
– Acredito que é muito devido à globalização, óbvio, a informação, é tudo muito rápido mas a profissionalização da liga, do Campeonato Brasileiro, dos clubes, os investimentos… Hoje em dia o Campeonato Brasileiro, os clubes brasileiros podem bater de frente com clubes italianos, clubes espanhóis, clubes alemães, então fica a questão de escolha, fica a questão de decisão dos jogadores, mas em nível estrutural, nível de profissionalização, a liga está muito alta.
Libertadores
– Nunca joguei a Libertadores, na época do Athletico a gente não estava na Libertadores. Como eu falei desde o início, venho aqui também para aprender e vai ser mais uma maneira de aprender e crescer, então vai ser muito interessante.
– Toda competição é diferente, tem essa energia, esse pontinho diferente e principalmente em mata-mata. Em playoff fica sempre aquela adrenalina, aquela tensão na qual tem que ter a experiência certa, a dosagem certa de maturidade para levar esses jogos.
Família
– Isso foi fundamental, né? É fundamental de poder mostrar um pouco para eles. Meus filhos nasceram na Espanha os dois e, bom, acompanharam minha carreira todo esse momento na Europa, mas eu também gostaria que eles pudessem presenciar o país do qual eles também são, são brasileiros, no qual eu nasci, no qual eu me criei. Foi fundamental na decisão. Acredito que vai ser muito interessante trazer eles pra cá para essa nova realidade. Eles estão na Inglaterra agora, minha esposa está me ajudando com toda essa logística que é uma maravilha, né? A gente está aqui conversando, é lindo, mas o outro lado lá, depois eu tenho que pegar meu celular e falar assim, tomara que a bateria tenha acabado porque é muita coisa pra resolver, gente (risos).
Vídeos de familiares
– Agradeço pela surpresa fantástica, eu sou muito chorão principalmente quando tenho que falar desses dois. É complicado, é difícil. Toda hora que eu vejo eles assim, principalmente quando tenho que me referir a eles, às outras pessoas, não sei por quê, acho que herdei da minha mãe, a mãe chorava pra caramba, pelo amor de Deus. Mas obrigado, obrigado pela surpresa, fiquei muito feliz.
– Haja coração, mas é legal, legal pra caramba ter a família próxima. Tive sorte, a minha família sempre foi muito próxima mas quando a gente mora fora a logística e conseguir estar próximo assim é difícil, sempre por telefone, videochamada, quando dá tempo nas festas ou quando eles podem viajar. E estando próximo agora aqui, a gente dá até uma segurança, um alívio a mais, alívio é a palavra que encaixa. Então, bastante feliz. Já mata a saudade. Os primeiro dois dias que encaixar já vou marcar uma pescaria lá na minha terra, que eu estou contando os dias.
Pai goleiro
– Eu tive muita sorte pelo fato do meu pai ter tido essa profissão, por ter sido goleiro. Eu sempre me espelhei, foi sempre uma inspiração muito grande para mim. Ele nunca foi uma pessoa assim de me obrigar a treinar, jogar ou me dar as coisas para eu jogar. Foi tudo muito natural, era simplesmente porque eu vi ele jogando e eu gostava daquilo e comecei a seguir. Ele sempre me ajudou, me dava treino quando eu queria treinar, nunca foi de me pegar pela mão e falar, “você tem que treinar, você tem que fazer isso, tem que fazer aquilo”, mas sempre no meu tempo, sempre com muita naturalidade. Acredito que foi por isso que as coisas acabaram acontecendo, óbvio. A inspiração dele foi fundamental, porque foi aquilo que criou essa chama dentro de mim, mas o meu desejo de querer, a naturalidade, essa liberdade que ele me deu de eu fazer aquilo que eu queria fazer foi fundamental para eu conseguir ser jogador profissional, que é o primeiro sonho, o primeiro passo. A mesma coisa vai acontecer com o meu filho, vai acontecer com a minha filha o que eles quiserem fazer, a única coisa que eu quero fazer é apoiá-los e dar liberdade pra eles fazerem aquilo que eles quiserem.
Calendário
– Cara, eu acredito que o calendário pesa muito porque tem a primeira parte, o campeonato estadual, ele enche muito de jogos, então isso ali acaba pesando na equação final, no final da temporada. É muito quilômetro na perna do jogador. Mas as viagens e jogo quarta e domingo, quarta e domingo acaba acontecendo quando você está na Champions League, você joga na quarta, você joga no domingo, você joga no sábado, você joga no domingo, então é normal, faz parte. Aqui, com certeza, a logística aqui é complicada, você vai ter que ir a Fortaleza, que é longe, você vai para o Equador longe para caramba, então a logística ali sim a gente pode entrar nessa consideração, porque não é fácil a distância. Mas infelizmente é o que é, e a gente tem que conviver com isso e vamos embora pra trazer título pro Botafogo.
Experiência
– Eu tive a felicidade de conseguir girar por grandes ligas, por grandes clubes, grandes vestiários, com jogadores fantásticos. Foi uma grande realização, mas foi fruto de muito trabalho, foi muita dedicação e é bastante difícil. Tudo parece bonito e tal, mas a gente sabe que é complicado. Foi um amadurecimento, um crescimento, experiências maravilhosas, aprendi muito, convivi com pessoas incríveis, de verdade incríveis, que não são só para minha trajetória profissional, mas minha trajetória pessoal. Me agregaram muito graças ao futebol, pude conhecer pessoas assim, pude conhecer jogadores e no dia a dia acaba influenciando muito, a gente acaba aprendendo muito não é só a parte técnica no trabalho no treinamento, é a convivência. Hoje em dia, sempre friso muito, a parte mental é fundamental, ela é mais que 60%, 70% de tudo, porque os jogadores hoje fisicamente, tecnicamente, são todos muito parecidos. Todo mundo sabe jogar nesse nível. O que diferencia realmente é a maneira que as pessoas pensam, que os jogadores interpretam e convivem com a pressão, com o dia a dia e com o trabalho. Tive a sorte de aprender muito e realmente espero poder ajudar quem tiver que ajudar e aprender com quem tiver que aprender também.
Liderança
– Eu sou bastante comunicativo assim, mas essa questão de falar no vestiário isso eu tento falar na boa, falar no momento certo né, porque ficar jogando palavra no vento não é comigo não. Mas o importante vai ser ajudar com quem for, se é com o mais novo se é com o mais velho, ou se é com o funcionário e conversar, trocar ideia, aprender, entender o lado de cada um e crescer junto e trazer grandes coisas pro Botafogo.