O Botafogo fez uma grande partida contra o Atlético de Madrid, conseguindo controlar boa parte do jogo, mas acabou sofrendo um gol no final. A derrota por 1 a 0 classificou o Glorioso, mas tirou-o da liderança do Grupo B da Copa do Mundo de Clubes. O recuo do time no fim foi criticado por alguns torcedores e por parte da imprensa, mas o técnico Renato Paiva enxergou esse aspecto com naturalidade.
– No primeiro tempo os acertos que fizemos foram muito poucos, nós estávamos tendo posse, saindo com perigo, articulando o jogo, mas no segundo tempo começamos a bater muita bola longa, a perder muitas bolas, não conseguimos trocar três passes. Isso, claro, com a intenção que o Atlético de Madrid tinha de somar jogadores dentro da tua área, tu começas a baixar, eu entendo. Faltam 45 minutos, o calor acumula, tu começas a ver muitos jogadores do Atlético na tua última linha e então começas a defender a casinha, em vez de começar a sair e a deixar as costas dos jogadores impedidos e a subir linhas. Faltou-nos isso, faltou-nos essa energia, porque depois ganhas a bola, nessa pressão podes ganhar a bola mais acima, mais rápido, mais perto da área adversária. Nós não tivemos bola e isso levou-nos a baixar, obviamente sem a mínima instrução da minha parte, mas é o jogo, os jogadores são assim – analisou Paiva.
O treinador alvinegro chamou a atenção também para a qualidade do adversário, um dos grandes times do futebol europeu na atualidade.
– E depois também há outra coisa que se chama Atlético de Madrid. Parece que estamos jogando contra uma equipe da segunda divisão. É o Atlético de Madrid, que é só… o Atlético de Madrid! Portanto, temos de perceber isso também, temos de perceber que quando eles têm bola são muito bons jogadores, tem um treinador que está ali há 15 anos, tem uma forma de jogar que eu até disse aos jogadores e confirmou-se, íamos ter mais problemas defensivos do que tivemos com o PSG e, se fôssemos rigorosos no nosso jogo, íamos ter mais bola do que tivemos com o PSG. De fato isso se confirmou. Às vezes dá a sensação que acontecem estas coisas porque os jogadores querem descer no campo, porque o treinador manda baixar toda a gente para dentro da área, só quem não me conhece. Só que eu não jogo, e os jogadores são humanos. E a partir daí do outro lado está o Atlético de Madrid, um elenco fortíssimo, uma equipa top da Europa – lembrou.
Renato Paiva admitiu um certo clima de frustração no vestiário com a derrota no fim, mas valorizou o feito que é se classificar no chamado grupo da morte no Super Mundial.
– Não está um ambiente pesado, mas não está um ambiente igual ao quando ganhamos do PSG ou igual ao quando ganhamos o jogo. Isto denota e demonstra muito bem as características, a personalidade e o DNA deste grupo. Eles querem ganhar, vão lá para dentro para ganhar, independentemente das estratégias, e sentem que hoje, um bocadinho mais efetivos em questões ofensivas, poderíamos ter feito gols. Acho que um gol ia virar muito da história, porque ia pôr um peso ainda maior no Atlético de Madrid, mas acho que eles não ficaram essencialmente satisfeitos com o segundo tempo – contou Paiva.